Olívia

A suíte estava envolta em um silêncio denso, quebrado apenas pelo tamborilar suave da chuva fina contra as janelas amplas, as luzes de Chicago borradas em tons de neon através do vidro embaçado. Uma semana se passara desde o casamento, sete dias de silêncios desconfortáveis e olhares fugazes, com Noah se tornando cada vez mais distante, como se o “sim” que trocamos na presença de Cairo e Maya tivesse construído um abismo entre nós. Sentei-me na poltrona de couro, o tecido frio contra minhas pernas.

Decidi tomar um banho, na esperança de que a água quente pudesse lavar a tensão que pesava em meus ombros. O banheiro da suíte era um contraste com o resto do hotel que eu conhecia tão bem — azulejos brancos brilhando sob a luz suave, o vapor subindo do chuveiro, o aroma de sabonete de lavanda preenchendo o ar. Fechei os olhos sob a água, deixando-a correr pelo meu rosto, tentando apagar a memória do corredor onde vi Noah pela primeira vez, do baile onde ele me olhou como se eu fosse