Capítulo 2

Capítulo 2: Lorena...

A noite tive diveros pesadelos, os mesmos que me atormentam após tudo o que aconteceu no Brasil.

Acordei bem cedo, fiz a minha higiene pessoal, me arrumei e fui até a cozinha ajudar tia Gisa a preparar o almoço.

Aproveitamos o momento a sós para conversar, ela quis saber sobre o meu ex e me dar conselhos.

— Filha, eu sei que é uma moça direita, mas o filho dos patrões está para voltar... é uma menina linda e...

— Tia, não tem que se preocupar quanto a isso! Depois de tudo o que passei, relacionamentos estão fora de cogitação!

Ela sorriu.

Tomamos o café da manhã vom os meus irmãos, entre conversas e risos.

Após a refeição, despedimos de Murilo e Milena e fomos para a mansão.

Tia Gisa é linda, porém, quando vai trabalhar se esconde atrás de um terninho, óculos e um coque bem arrumado. Com uma postura firme e autóritaria para afastar as pessoas. Nem parece a mulher que nos recebeu de braços abertos aqui e cuidou de nós desde que chegamos.

... Achei estranho, mas preferi não questionar!...

Chegamos à mansão Lawrence, e a minha boca abriu surpresa com o tamanho e luxo do lugar. Parecia estar entrando num castelo, numa história de conto de fadas. O jardim é perfeito, com flores coloridas e um espaço amplo, me imaginei deitada sob aquela grama lendo um bom livro.

Minha tia segurou o meu braço e me arrastou para dentro, como se eu fosse uma criança numa loja de doce.

Entramos pelos fundos e ela resmungou algo com os seguranças, sobre não tirarem os olhos de mim e ignorei.

Cumprimentamos as funcionárias que baseam com a idade da minha tia. Todas me acharam jovem demais para o cargo de arrumadeira.

A senhora Lawrence pediu para me ver no escritório. Tia Gisa, deixou-me na porta do escritório, respirei fundo e entrei no cômodo.

Senhora Daphne Lawrence é uma mulher elegante, com um olhar de superioridade e uma certa arrogância. Olhou-me de cima a baixo, analisando as minhas roupas e rosto com um olhar crítico e postura que exibia autoridade.

— Senhorita... — diz fazendo sinal para eu sentar na cadeira a sua frente.

— Lorena Monteiro, senhora!

— Em seu currículo, consta que é formada em direito!

— Sim, mas nunca exerci...

— Motivo?

— Os meus pais faleceram, aconteceram várias coisas e deixei o meu sonho de lado! Prefiro não comentar, são assuntos pessoais!

Ela arqueia uma das sobrancelhas e me encara.

— Bem, querida, sou uma pessoa bem direta! Por que uma menina tão jovem, formada em direito, está se candidatando para ser arrumadeira?

— Embora eu tenha um diploma, acabei de chegar na cidade e estou em busca de um recomeço! Acredito que cada experiência tem seu valor e que idade não define a capacidade de alguém! Nunca tive medo de trabalho, desde que seja honesto!

— Mas não acha que poderia usar as suas habilidades e beleza em algo mais... apropriado para o seu nível educacional?

Não gostei da maneira que falou, mas preferi não dar uma má resposta.

— Estamos ficando na casa da minha tia, quero ajudar com as despesas e ajudar a minha irmã a fazer faculdade, então preciso do trabalho... de algo fixo, até nos estabilizarmos! Estou disposta a aprender e me adptar as necessidades da casa e da família, se me der essa oportunidade, garanto que não irá se arrepender! Peço apenas uma chance para demonstrar meu trabalho!

— Vou lhe dar uma chance! Veremos como se sairá nos próximos dias!

Sorri agradecida.

— Obrigada, senhora!

— Quero deixar claro uma coisa, menina! O meu filho sempre está por aqui e a minha ordem é clara, fique longe dele e não quero ver nenhuma gracinha com o mesmo!

— Pode ficar tranquila quanto a isso, senhora! Estou aqui para trabalhar como arrumadeira e vou me colocar em meu devido lugar!

— Ótimo! Assim espero!

Combinou os valores e benefícios, em seguida, passou as regras da casa, inclusive da distância que os funcionários devem manter da família.

Saímos do escritório e na sala, um homem mais velho descia as escadas com duas meninas lindas, gêmeas idênticas e com uma energia adorável. O homem de seus quarenta e poucos anos, era bem charmoso para a idade.

— Querida, as meninas já estão prontas para irem para o internato!

— Vovó, vovó!

Elas abraçam sua avó, a mulher sorri.

— Bom dia, minhas netas queridas! Prontas para o café da manhã?

A minha presença chamou a atenção dos três, uma delas apontou o dedinho perguntando quem eu era num sussurro.

— Essa é a nova arrumadeira, Lorena!

As gêmeas olharam com curiosidade.

— Esse é o meu marido Calebe Lawrence e minhas netas Isabella e Isadora!

O homem me cumprimenta com um aperto de mão e um sorriso simpático, o oposto de sua esposa.

A menina com um semblante sapeca deu um passo a frente e perguntou:

— Você vai brincar com a gente? Eu adoro brincar de esconde-esconde e de princesa!

A outra menina, observava em silêncio, analisando com um olhar sério. Não sabia exatamente o que responder, afinal, a mulher acabará de passar ordens severas, sobre contato com os seus entes.

Não sei explicar, mas senti uma conexão diferente com elas. Daphne pareceu suavizar um pouco sua expressão arrogante e trocou olhares com o marido.

— Claro que sim, adoraria brincar com vocês algum dia! Quantos vocês tem?

Isadora aponta quatro com os dedinhos.

— Vocês são lindas!

Sorriem.

— Querido, leve as meninas para a mesa eu já vou!

O homem faz o que a mulher pede.

— As minhas netas, são os bens mais preciosos que temos, depois de nossos filhos!

— Elas são lindas!

— Estudam num colégio interno e só vem aos finais de semana para casa! Ficam aqui, porque o pai delas está morando fora... Não me importo que brinque com as meninas, desde que isso não atrapalhe em suas tarefas e não pense que está no direito de se aproximar do meu filho!

Assenti e a mulher foi para a sala de estar, enquanto eu corri para a cozinha. Tia Gisa, ficou eufórica por eu ter conseguido o trabalho e nos abraçamos fortemente comemorando.

Após os patrões sairem, minha tia me mostrou toda a mansão.

...Espero não ficar perdida nessa casa!...

Usarei uniforme, um vestido preto um pouco acima do joelho, com detalhes brancos, mangas curtas e um colarinho branco.

Coloquei o uniforme, prendi meu cabelo num coque baixo, peguei as minhas ferramentas de trabalho e fui para o andar de cima começar a minha tarefa.

O dia foi tranquilo.

A noite voltei para a casa de tia Gisa.

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