Quando Rain é designada para trabalhar com Willian Myers, o filho do Prefeito, ela não imagina que suas interações profissionais a levarão a um caminho de tensão sexual e emocional. Desde o primeiro encontro, o magnetismo entre eles é inegável, mas ela não está disposta a ceder facilmente. No entanto, quando a atração se transforma em algo mais, ela se vê dividida entre o desejo e a necessidade de manter sua independência. Uma narrativa envolvente sobre os limites entre atração e autocontrole, onde escolhas difíceis e erros do passado moldam o presente e os destinos dos envolvidos. A luta interna de Rain e a jornada de Willian para redimir-se serão testadas em um jogo de sedução e descobertas.
Leer másSão quase sete horas da tarde, o sol já está se pondo no horizonte, estou a mais de 15 horas na estrada e ainda não estou nem perto da metade do caminho até Roseburg. Ninguém conseguiu entender o motivo de eu sair de Miami e aceitar esse emprego na prefeitura de uma cidade com menos de 25 mil habitantes, as vezes nem eu mesma tinha certeza dessa escolha. Eu apenas precisava fugir daquele lugar, da forma que as pessoas me olhavam e de tudo que tinha acontecido.
A essa altura eu já estava concordando com todos que achavam uma loucura eu atravessar o estado de carro, devia ter ido de avião e conseguido outro carro lá. Mas eu tenho um apego emocional com o meu Mustang 69 GT vermelho sangue. O meu avô me deu esse carro, e ele foi a única pessoa nesse mundo que parece ter me amado de verdade. Assim como eu amei ele, parece que tudo na minha vida começou a desandar depois que ele morreu. Foi aí que todos os problemas aconteceram.
Sempre fomos só nós dois, e às vezes a maluca da minha mãe, mas quem me criou foi ele. Na verdade, se o meu avô não tivesse me mostrado um vídeo do meu nascimento e várias fotos minhas bebê com o cabelo tão escuro quanto ele é agora, eu duvidaria inclusive que eu sou sua filha. Minha mãe é loira, tem mais de 1,80, magra como uma supermodelo e olhos cor de mel. Eu sou o exato oposto, meus cabelos parecem pintados com carvão de tão escuros, tenho 1,68 e olhos azuis esverdeados, características que eu acredito ter herdado do meu pai que eu nunca conheci. Minha mãe o conheceu em uma viagem a Santorini, ele era grego e pelos relatos da minha mãe eu sou a versão feminina dele. Ele a desprezou quando descobriu que ela estava grávida, então ela canalizou esse ódio e desprezo em mim.
Balanço a cabeça e afasto esses pensamentos, é o momento de começar uma nova vida e me dar uma nova chance.
Meu cabelo está uma bagunça, o que é culpa da capota abaixada, provando mais uma vez que eu só tomo decisões ruins. O estúpido vestido rosa com botões até a cintura e saia rodada, que foi a única coisa que eu encontrei para vestir em meio ao caos da mudança e não combina nada comigo, está todo amarrotado. O meu estômago conversava alto comigo quando entrei na cidade de Clarendon, no Texas.
Parei no primeiro bar de beira de estrada que encontrei, o lugar todo gritava TEXAS, toda a decoração em madeira rústica, a música country que tocava não tão baixo ao fundo, e atendentes usando botas e chapéu de cowboy. Toda a cena, não vou negar, era tão curiosa quanto divertida.
Sentei no primeiro banco disponível no balcão e sorri para o bartender que havia grudado os olhos em mim desde que atravessei a porta.
Parece que essa pode ser uma noite bem divertida.
-Uma cerveja por favor. -pedi tentando manter a postura mesmo com a minha aparência ridícula.
-Mas é claro doçura… -respondeu forçando um sotaque capaz de quebrar qualquer clima.
-Ok, talvez esse lugar seja texano demais pra mim -sorrio.
-Desculpe, os turistas costumam adorar. Eu sou o Ian. -falou estendendo a cerveja na minha direção.
-Eu sou a Rain e não sou uma turista, só estou de passagem.
-E para onde vai? -ele me encara curioso, mas sem citar o fato do meu nome ser estranho.
-Roseburg.
-Nunca ouvi falar. O que tem lá?
-A oportunidade de começar uma nova vida.-faço uma pausa encarando as mãos dele.-Um brinde a isso - levanto a garrafa como se fosse fazer um brinde e ele concorda com a cabeça.
Ele assente com a cabeça e vai atender a um cliente que o chamava.
Eis um fato curioso sobre mim: Eu gosto de homens com mãos grandes. Sempre gostei. Da forma como elas traçam caminhos pelo meu corpo, apertando em todos os lugares certos.
Infelizmente esse não era o caso do Bartender, ele tinha mãos quase femininas, o que era uma pena porque eu estava pronta para voltar a ser eu mesma. Estou a quase 5 meses sem fazer sexo, o que é o período mais longo desde que eu perdi a virgindade aos 14 anos, e preciso urgentemente de diversão.
Pedi um cheeseburger e batatas fritas, que por sinal estavam divinos, e melhoraram muito o meu humor.
E-ntão, você pode me indicar um lugar para alugar um quarto por uma noite? - pergunto chamando a atenção de Ian novamente. - Estou muito cansada para pegar a estrada novamente.
-O dono do bar, Jack, possui uma pousada aqui do lado. Ele está ali - indica com o chapéu em direção a uma mesa - Conversando com o engravatado de terno cinza.
Agradeço e passo a mão pelo vestido e pelos meu cabelos, tentando controlar o máximo possível os cachos bagunçados pela viagem, enquanto me aproximo da mesa onde o dono estava.
-Jack? O Ian me disse para falar com você. Preciso tanto de um quarto… - suspiro profundamente para que ele perceba o meu cansaço e sorrio abertamente.
-Mas é claro, vou pedir para a minha senhora preparar um pra você agora mesmo. -ele devolve o sorriso simpático.
Me viro ao homem de terno que estava sentado à mesa com ele, braços fortes, maxilar bem definido, cabelos e olhos muito escuros e mesmo sentado consigo perceber o quanto é alto, mas as mãos estão sobre o colo embaixo da mesa. Não consigo vê-las. Percebo que ele também me examina de uma forma nada discreta, mas para assim que vê que estou olhando para ele.
-Me desculpe a intromissão, não quis atrapalhar a conversa de vocês.
-Imagina, eu já estava de saída. Preciso cuidar dos negócios. -Jack se adianta e levanta antes que ele pudesse me responder. - Seu quarto deve ficar pronto em uma hora, aproveite o bar. O Will pode te fazer companhia -ele se levanta e abaixa o chapéu em uma forma de cumprimento.
-Obrigada Jack - agradeço.
Olho novamente para o cara sentado à mesa. Ele parece contrariado.
-Você quer se sentar? -pergunta com uma voz rouca e intensa que me causa um arrepio.
Então retira a mão de baixo da mesa e a estende em direção a cadeira a sua frente. Não consigo conter um sorriso satisfeito.
Jackpot.
Mais de uma semana se passou desde que contratei a equipe de segurança. No começo, todos no prédio da Prefeitura me olhavam como se eu fosse algum tipo de aberração milionária, mas agora as coisas começaram a voltar ao normal. Até mesmo Willian parou de me encarar como se esperasse alguma explicação. Ele olha, às vezes, mas não diz nada. E eu também não.O trabalho entrou em um ritmo mais controlado, e isso me permite respirar um pouco melhor. À noite, em casa, a tranquilidade deveria ser um alívio, mas não era bem assim que funcionava. A segurança extra me deixava mais confortável, mas ainda assim, havia um peso sobre mim, algo que não conseguia definir muito bem.Hoje é sexta-feira. Uma garoa fina e congelante cai lá fora, e o céu está escuro como breu. Há um segurança na frente da porta e outro monitorando as câmeras na casa da piscina. Nenhum deles está à vista, o que me faz sentir uma falsa sensação de privacidade. Uma parte de mim gosta de saber que não estou sozinha, mas outra
Fiquei sozinha em casa depois que Willian saiu, o silêncio preenchendo cada canto. Com raiva e frustrada, repeti mentalmente cada palavra dita por Nick ao telefone, como se, de alguma forma, tentar compreendê-las pudesse diminuir o impacto das ameaças."Eu estou sempre observando, borboletinha. Você é minha. Sempre foi. Melhor não deixar o playboyzinho que estava com você no sofá colocar as mãos em você de novo. Eu fui o primeiro, Rain. Sempre vou ser. Você pode fugir, mas nunca vai me escapar."As palavras queimavam dentro de mim, misturando medo, raiva e nojo. Olhei ao redor, para as janelas, para as sombras da noite que pareciam me observar. Por um instante, me senti pequena e impotente, mas me recusei a chorar. Não vou me dobrar. Nunca mais.Sempre fui forte. Sempre me basto. Não preciso da minha mãe, não preciso do Willian. Eu só preciso de mim mesma.Depois de uma noite de sono induzida por remédios, acordei com uma determinação renovada. Levantei antes mesmo do despertador toca
O silêncio entre nós era ensurdecedor. O único som na sala era o da televisão ligada em volume baixo, algo sem importância passando na tela. Mas eu não conseguia prestar atenção em nada além dela. Rain estava ao meu lado, a perna dobrada sobre o sofá, vestindo aquela camiseta grande e uma bermuda curta que deixava a pele bronzeada visível. Minhas mãos estavam ali, deslizando suavemente sobre sua coxa, sentindo o calor que emanava dela. A tensão entre nós não era mais apenas emocional. Era física. Uma energia elétrica pulsava no ar.Ela não recuou. Muito pelo contrário. Seus olhos buscaram os meus, e naquele momento eu soube que estava perdido. Havia algo em Rain que me puxava para ela como um maldito ímã. Eu nunca soube dizer o que era, mas nunca fui capaz de resistir. E ela sabia disso.Minha mão deslizou devagar até sua cintura, puxando-a levemente para mais perto. Seu peito subia e descia com a respiração acelerada, e quando minha boca roçou de leve contra a pele de seu ombro nu, u
Chegamos à minha casa em silêncio. O ar estava tenso entre mim e Willian, mas eu não sabia o que dizer. Ele ainda parecia preocupado, e eu não conseguia afastar a sensação de que as ameaças que eu estava recebendo estavam pesando sobre nós dois. Na verdade, havia muito mais peso nas minhas costas do que eu gostaria de admitir. Nós entramos pela porta da frente, e eu fui na frente, tentando não parecer nervosa. Não sabia se ele iria se sentir à vontade aqui, mas não tinha outra escolha senão deixá-lo entrar. A casa estava quieta, mas eu podia sentir o olhar dele em mim, como se estivesse tentando avaliar cada detalhe.-Quer um café? -perguntei, tentando quebrar o silêncio de uma forma que não parecesse forçada.-Sim, claro. - respondeu ele, sua voz ainda carregada de uma tensão que não sabia de onde vinha. Ele observava tudo ao redor como se estivesse buscando algo, mas não falava nada. Fui até a cozinha e comecei a preparar o café, sentindo a presença dele atrás de mim, mas sem sabe
Eu não sabia o que fazer. Não sabia o que estava acontecendo, nem por que Rain tinha entrado no meu quarto e se atirado nos meus braços daquela maneira. Eu apenas a segurei, em silêncio, sem conseguir dizer uma palavra. Eu sentia o peso de seu corpo contra o meu, sua respiração irregular e seu choro abafado, e eu não sabia o que a estava fazendo sofrer tanto. Ela estava tão frágil, tão quebrada naquele momento, e tudo o que eu podia fazer era manter as mãos firmes ao redor dela, tentando transmitir alguma segurança, algum consolo que fosse.Eu podia sentir as lágrimas dela se encharcando em minha camisa, e a cada soluço, a cada tremor, minha preocupação só aumentava. Eu queria perguntar o que havia acontecido, o que a tinha levado a esse estado, mas as palavras pareciam escapar. O que eu ia dizer para ela? Como poderia pedir explicações quando ela estava naquele estado, quando parecia que estava prestes a desmoronar completamente? O que eu podia oferecer, senão meu silêncio, e meu abr
Eu não sabia o que dizer. As palavras dele ecoavam na minha mente, mas meu corpo não respondia. Ele queria conversar, sobre o quê, eu não sabia, mas sabia que não estava pronta. Eu o vi ali, naquele momento, em frente a mim, com um olhar desesperado, como se tudo fosse simples de resolver. Mas não era. Nada sobre nós era simples. Não depois de tudo o que eu passei. Não depois de tudo. A pressão na minha mente foi intensa, e, sem conseguir falar, me virei e fui embora. Sem dar uma resposta, sem olhar para trás. Eu estava perdida, e, por mais que eu quisesse a ajuda dele, o que eu realmente precisava era de distância.A festa estava acontecendo na casa da família dele, e Melissa, a aniversariante, estava radiante. Ela estava encantada, e meu coração se derretia só de ver aquela criança tão cheia de vida, tão cheia de alegria. Eu não sabia o que fazer comigo mesma, então fiz o que sabia de melhor. Me concentrei nela. Eu não podia deixar que o caos dentro de mim estragasse a festa para a
Último capítulo