Mais de uma semana se passou desde que contratei a equipe de segurança. No começo, todos no prédio da Prefeitura me olhavam como se eu fosse algum tipo de aberração milionária, mas agora as coisas começaram a voltar ao normal. Até mesmo Willian parou de me encarar como se esperasse alguma explicação. Ele olha, às vezes, mas não diz nada. E eu também não.
O trabalho entrou em um ritmo mais controlado, e isso me permite respirar um pouco melhor. À noite, em casa, a tranquilidade deveria ser um alívio, mas não era bem assim que funcionava. A segurança extra me deixava mais confortável, mas ainda assim, havia um peso sobre mim, algo que não conseguia definir muito bem.
Hoje é sexta-feira. Uma garoa fina e congelante cai lá fora, e o céu está escuro como breu. Há um segurança na frente da porta e outro monitorando as câmeras na casa da piscina. Nenhum deles está à vista, o que me faz sentir uma falsa sensação de privacidade. Uma parte de mim gosta de saber que não estou sozinha, mas outra