Durante o repouso da Sara, minha carga de trabalho variou bastante. O fato dela ter ficado três semanas na casa dos pais – aquela onde tem mais empregados que patrões – foi o dinheiro mais fácil que já ganhei. Diria que a semana que a ajudei no apartamento dela também foi assim.
Só que um detalhe obscurecia o descanso dela e me causava muita pena e impotência: a situação sentimental dela. Minha chefe não parava de chorar ou lamentar pelo noivo da Emma. Ela não voltou a ser a Sara que me entrevistou, e nem parece que vai ser tão cedo. Espero que quando tiver alta, parem de medicá-la como fizeram e, se esses dois se casarem, ela consiga descansar direito.
A vida sentimental da Sara não é da minha conta, nem a do Lorenzo ou da Emma, mas o ressentimento já se espalhou pelo meu corpo. E a aventura da Sara e do Lorenzo me deixa ao mesmo tempo incomodada e satisfeita. Incomodada porque minha chefe não merecia ser tratada como amante, e satisfeita porque é isso que espera a Emma: um marido i