Muito eu tinha aguentado, e não planejava continuar postergando isso ou acabaria enlouquecendo de vez. Mais louca do que já sentia que ficaria ignorando o que está acontecendo. Para completar, Lorenzo não fala, ficou mudo. Até que se lembra que é capaz de mover sua língua.
— Você se lembra disso? — ocorre-lhe dizer.
Finjo confusão de maneira exagerada.
— Me lembrar? Se você soubesse que... não. Não me lembro de como você apalpou meus seios ou como apontou sua arma para mim. Sou tão esquecida! — respondo com sarcasmo.
Lorenzo se esforça para neutralizar sua expressão, no entanto, percebo como o vermelho tinge suas bochechas levemente.
— Agora você vai ficar assim — responde sem me olhar no rosto. Ajeita o paletó que não precisava ajeitar. Apaga seu constrangimento atrás de uma máscara de indiferença.
— Como você quer que eu fique? Você deve pensar que estou acostumada com isso, com qualquer um me tocando sem explicações, quando quiser — digo furiosa.
— Não penso isso de você. Pare de co