O evento parecia interminável. Cada risada exagerada de mulheres jogadas em direção a Russ era uma faca invisível me cortando por dentro. Sorri, conversei, fingi normalidade.
Quando finalmente consegui escapar para o banheiro com a desculpa de retocar minha maquiagem, respirei fundo, tentando colocar minha sanidade de volta no lugar. Meus saltos ecoavam no piso de mármore, denunciando a pressa de quem só queria sumir dali.
Foi quando ouvi a voz dele atrás de mim.
— Lucile?
Meu corpo inteiro gelou e queimou ao mesmo tempo. Fechei os olhos por um segundo, antes de me virar devagar.
— Já chega, Russ. Estou indo embora. Não sei porque me trouxe aqui. — protestei.
Ele avançou um passo, depois outro, até me prender contra a parede. Não tocou em mim, claro. Apenas se inclinou, perto demais, e a distância que restava virou pura tortura.
— Por que está tão irritada, Lucile? — ele murmurou, rente ao meu ouvido. A voz baixa, grave, vibrando direto dentro de mim. — Foi o que combi