Camila narrando:
Caminhava pelas ruas como fazia todos os dias depois para deixar a Gabi na escola. O sol da manhã aquecia meu rosto, mas meu peito ainda estava pesado. A confusão que se instalou na minha cabeça desde ontem não me deixava em paz.
— Mamãe? — Gabi me chamou, segurando minha mão enquanto caminhávamos até o portão da escola.
— Oi, filha?
Ela mordeu o lábio, meio pensativa.
— O papai vem me buscar hoje?
Senti um aperto no coração. Eu não sabia o que responder. Depois do que aconteceu no shopping, Guilherme não me mandou nenhuma mensagem, e eu também não fui atrás.
Suspirei e me abaixei na altura dela.
— Eu não sei, meu amor… Mas, se ele não puder vir, eu venho, tá bom?
Ela fez um biquinho, claramente desapontada, mas assentiu.
— Tá bom, mamãe… mas eu queria que ele viesse — disse baixinho.
Senti um aperto no peito. Eu entendia o lado dela. Durante sete anos, minha filha sonhou com a presença do pai, e agora que ele apareceu, ela só queria aproveitar cada momento.
Acariciei