GABI NARRANDO
Eu ainda tava digerindo tudo que ele tinha dito.
As palavras dele não foram ensaiadas. Não teve pedido com aliança nem discurso bonito. Foi direto, verdadeiro, do jeito que só ele sabe ser. E por algum motivo que eu não sabia explicar, aquilo mexeu mais comigo do que qualquer pedido oficial de casamento.
Porque ele não queria só ficar. Ele queria construir. E no fundo… eu também queria.
Depois que a gente terminou o café, entre sorrisos, mãos entrelaçadas e um carinho no pé por debaixo da mesa, eu respirei fundo e soltei:
— Rodrigo…
— Oi, amor.
— Tu toparia ir na minha casa agora?
Ele ergueu uma sobrancelha, curioso.
— Agora?
Assenti, firme.
— Quero que tu fale com meus pais. Quero tirar esse peso. Já que a gente tá levando isso a sério… então que seja de verdade, com tudo. Sem esconderijo, sem enrolação.
Ele me olhou por uns segundos, depois soltou aquele sorriso de canto que sempre me desmonta.
— Então vamos. Teu pai que se prepare.
Ri, meio nervosa, meio animada.
— Tu