GABI NARRANDO :
Eu tava deitada na cama há mais de uma hora, encarando o teto do quarto como se ele fosse me dar alguma resposta.
A luz da luminária acesa, o quarto em silêncio, só o som distante da televisão na sala onde minha mãe assistia alguma novela que ela sempre vê. E eu ali… quieta, inquieta, com a cabeça girando.
Desde o momento que saí daquela empresa antes da hora, algo dentro de mim não parava de martelar.
Rodrigo.
O toque dele, o cheiro, o jeito que ele me olhava, a voz grave sussurrando meu nome... A forma como me fez sentir segura, desejada, viva. E agora, o vazio da ausência.
Eu fugi. Sim. Mas a verdade? Nem eu tava conseguindo lidar comigo mesma depois daquilo.
Me virei na cama, abracei o travesseiro e suspirei. Por que ele ficou tanto em mim? Por que o corpo ainda doía… e o coração também?
Levantei de uma vez, como se um impulso tomasse conta de mim. Fui até o espelho. Olhei meu rosto. Olheira leve, cabelo bagunçado. Suspirei de novo.
– Tu tá mesmo pensando em ir até