RODRIGO NARRANDO
O relógio bateu cinco e meia.
Depois, seis.
Fechei o notebook, levantei da cadeira e fui direto na direção da sala dela. Tentei manter a calma, fingir que era só mais um fim de expediente qualquer. Mas não era.
Bati na porta duas vezes, esperei.
Nada.
Girei a maçaneta devagar. A sala tava vazia. Luz apagada, tudo no lugar. Como se ela nem tivesse vindo.
Meu maxilar travou. Peguei o celular no bolso e disquei o número dela. Chamou até cair na caixa postal. Respirei fundo, mas já com aquele peso nas costas que eu conheço bem. A tal sensação de que alguém se afastou… mesmo depois de ter se entregado por inteiro.
Tentei de novo. Chamou. Nada.
Fechei a porta da sala dela e voltei pro meu canto. Peguei minhas coisas e saí dali sem olhar pra ninguém. Não era o tipo de coisa que eu conseguia disfarçar. Quando uma parada me incomoda, fica estampada na cara.
Entrei no carro, joguei a mochila no banco do passageiro e dirigi até meu apartamento no piloto automático. A cabeça ferv