Camila narrando:
Ele pegou o celular que tinha caído no chão. Meus olhos acompanharam o movimento em desespero. Minha sorte, é que eu tinha apagado a mensagem.
Mas ele segurava o aparelho como se fosse dinamite.
— Fala, porra! TU MANDOU A MENSAGEM, NÉ?! — ele gritou, e antes que eu pudesse me proteger, me puxou pelos cabelos com força.
— N-Não mandei nada! Eu juro! — respondi chorando, implorando, tentando proteger minha barriga, o rosto, a vida.
Mas ele me empurrou com brutalidade, me jogando de novo no colchão sujo.
— SUA VADIA! — gritou, e no impulso, jogou meu celular no chão e pisou com força. O estalo foi alto, o som do vidro quebrando me fez fechar os olhos. Mas por dentro, eu só pensava: já foi, Eduardo, já mandei, já era.
Foi nesse momento que ouvi o barulho da porta se abrindo.
E quando olhei… quase não acreditei no que vi.
Jamile.
De pé, na porta, com um sorriso cínico estampado no rosto, como se aquilo tudo fosse um passeio no parque.
— Oi, Camila… sentiu saudades, irmãzi