Camila narrando:
Ele dirigia feito um louco, cortando as ruas sem rumo, os olhos fixos na estrada e a arma sempre à mostra. Eu tava com o coração na boca, mas por fora tentava me manter firme. Eu precisava pensar. Respirar. Sobreviver.
Foi quando me lembrei do que o Guilherme tinha feito um tempo atrás.
O rastreador.
Ele mandou instalar no meu celular. Disse que era por segurança, principalmente depois do que aconteceu com a Jamile e com o Eduardo.
E o celular tava comigo.
No bolso da minha calça. Graças a Deus.
Fechei os olhos por um segundo e, em pensamento, fiz a única coisa que me restava fazer naquele momento:
"Guilherme... Por favor. Sente minha falta. Me acha."
Mas Eduardo parecia sentir o meu silêncio, como se meu medo tivesse cheiro.
— Achou mesmo que ia viver a sua vidinha feliz com o Guilherme, né? — ele disse, a voz carregada de ódio, sem tirar os olhos da estrada. — Casar, ter filho, sorriso no rosto… achou errado, Camila.
— Eduardo… — falei baixinho, com a voz trêmula. —