Guilherme narrando:
Camila acabou dormindo. O corpo dela finalmente relaxou depois de tudo que passou, e eu fiquei um tempo só ali, olhando ela respirar tranquila, com a mão repousada na barriga. Linda. Forte. Minha.
Levantei devagar, sem fazer barulho. Me vesti, peguei a carteira e o celular do criado-mudo, e saí do quarto em silêncio.
Na sala, minha mãe tava sentada no sofá, olhando o celular, mas assim que me viu, levantou o olhar.
— Vai sair, filho?
— Vou, mãe. Preciso resolver umas coisas.
Ela assentiu, como quem já sabia que vinha mais coisa.
— Já tá quase na hora de buscar a Gabi. Pode deixar comigo — ela disse, com aquele tom seguro de sempre.
— Obrigado. Mãe.
Dona Maria, como sempre, já tava na cozinha, com cheiro de alho e cebola no ar. Olhei pra ela por cima do ombro e fui até a porta.
— Dona Maria, fica de olho na Camila, por favor. Se ela acordar e não me encontrar, pode ficar meio perdida, avise que sai resolver umas coisas, mas que já volto. Qualquer coisa, me avisa.
El