Camila narrando :
Depois que saí da sala do Guilherme, fui direto pra copa. Peguei um café preto e me encostei no balcão, tentando acalmar meu coração. O gosto forte e amargo desceu pela garganta, mas nem aquilo me tirava da cabeça o que tinha acabado de acontecer.
O pai da Jamile entrando daquele jeito na nossa sala, gritando comigo, me olhando como se eu fosse culpada de tudo. E o Eduardo… ali, calado, como se assistisse a um teatro barato.
Suspirei fundo e decidi sair. Fui até a porta lateral da empresa e caminhei em direção ao lado de fora. O ar fresco bateu no meu rosto, e por um instante, respirei aliviada.
Mas foi só olhar pro outro lado da rua que meu alívio sumiu.
Lá estava o Eduardo… discutindo com ninguém menos que a Jamile. Eles gesticulavam, falavam alto, pareciam nervosos. Me escondi um pouco, tentando não chamar atenção, e atravessei a rua devagar, curiosa e desconfiada.
Fui chegando mais perto, mas antes que eu conseguisse ouvir alguma coisa, Eduardo bufou, virou as co