— Clarinha... — Asher chamou com a voz suave, quebrando o silêncio que preenchia o ambiente.
— Hm? — Clarice respondeu baixinho, com um tom cheio de ternura. Até mesmo seu olhar refletia essa doçura.
Asher estendeu a mão e, com delicadeza, ergueu o queixo dela.
— Clarinha, pode ser hoje? — Perguntou ele, enquanto seus olhos, cheios de afeto e cuidado, a envolviam.
Clarice ficou um pouco surpresa. Desviou o olhar e mordeu os lábios, hesitante.
Nos últimos três anos, Asher esteve sempre ao lado dela. Durante os períodos mais sombrios, quando sua depressão estava em seu auge, ele não saiu de perto dela nem por um minuto, temendo que ela pudesse fazer algo contra si mesma.
Foi pensando em Asher e em não querer vê-lo sofrer que ela aceitou fazer o tratamento. Por um ano inteiro, ela se dedicou à terapia e, finalmente, superou a depressão.
Sempre que se lembrava daquela época difícil, ela não podia evitar pensar: se não fosse por ele, ela provavelmente não estaria mais viva.