Clarice viu Sterling em silêncio, sem conseguir adivinhar o que ele estava pensando. No fim, respirou fundo, tomou coragem e segurou sua mão, puxando-o em direção à cama. Sterling abaixou os olhos para as mãos deles entrelaçadas, e um leve sorriso surgiu em seus lábios, formando uma curva sutil e quase imperceptível. Ao chegarem ao lado da cama, Clarice se inclinou levemente e falou com delicadeza: — Vó, este é o Sterling. Depois, ela deu um pequeno puxão na mão dele, como quem o incentivava a dizer algo. Sterling se inclinou, sorriu educadamente e cumprimentou Fernanda: — Vó, olá. Me desculpe por só agora conseguir um tempo para vir vê-la. Fernanda olhou para ele, depois para Clarice, e comentou: — Vocês dois são tão bonitos... Se tivessem um filho, com certeza seria lindo! Ela falou devagar, cada palavra saindo com esforço, mas o impacto de sua frase fez o coração de Clarice apertar. Ela havia pedido anteriormente que sua avó mantivesse segredo, mas ali estava Ferna
Os enfermeiros entraram rapidamente no quarto. — Vamos iniciar o procedimento de emergência. Por favor, os familiares devem se retirar! Clarice queria ficar, mas Sterling a puxou pelo braço e a levou para fora. Do lado de fora do quarto, Clarice sentia o coração apertado. A preocupação com sua avó a deixava completamente ansiosa. Sterling pegou o celular e fez uma ligação para Isaac. Após desligar, ele olhou para Clarice e disse: — Pedi para o time médico vir tratar da sua avó imediatamente. Além disso, o Isaac vai localizar especialistas para realizar uma nova avaliação. Sua avó vai ficar bem. Clarice, com os olhos vermelhos, olhou para ele e agradeceu, a voz fraca: — Obrigada… Sterling tirou um lenço do bolso e colocou na mão dela. — Enxugue essas lágrimas. Clarice, você é minha esposa. Ajudar sua avó é minha obrigação. Mas se você não fosse minha esposa, eu não me importaria se ela vivesse ou morresse. As palavras dele foram diretas, cheias de frieza e realidade.
Por isso, Clarice decidiu que, por enquanto, não contaria sobre a gravidez para Sterling. — Quando eu resolver tudo sobre a Teresa, não vou mais vê-la, está bem? — Sterling disse de forma objetiva. Ele não via problema algum em continuar encontrando Teresa, mas, como Clarice havia feito essa exigência e ele queria ter um filho, concordar era inevitável. A questão era que ele ainda não tinha finalizado os planos para Teresa. O salão de beleza que estava organizando para ela ainda não tinha saído do papel, e a reforma na casa que havia comprado para ela também não estava concluída. Quando tudo estivesse resolvido, ele não teria mais nenhuma pendência com Teresa e poderia cortar os laços sem peso na consciência. Clarice, por outro lado, não acreditou em nenhuma palavra. Para ela, enquanto Teresa estivesse viva, sempre haveria algo. Sempre haveria uma desculpa para Sterling continuar cuidando dela. Por causa da saúde da avó, Clarice sabia que não podia romper com Sterling naquele m
O toque do celular interrompeu os pensamentos de Sterling. Ele pegou o aparelho e viu que era uma ligação de Teresa. Seu semblante logo ficou sério, e ele franziu a testa. — O que foi? — Sterling, alguém invadiu meu quarto e me bateu. Foi horrível! — A voz de Teresa parecia trêmula, entrecortada por soluços. Sterling apertou os olhos, visivelmente irritado. — O que aconteceu exatamente? — Eu não sei! Eles entraram direto e vieram pra cima de mim! Depois de me baterem, fugiram! Sterling estreitou os olhos, desconfiado. — Vou ligar para o Isaac e pedir para ele investigar. — Você pode vir aqui me ver? Estou com muito medo! — Teresa pediu, a voz cheia de pânico. Ficava claro que ela estava realmente assustada. — Estou ocupado. Vou mandar o Isaac ir até aí. — Respondeu Sterling, seco, antes de encerrar a ligação sem esperar por mais nada. ... Do outro lado da linha, Teresa estava deitada na cama do hospital, com o rosto tomado pela raiva. Sua expressão era sombria, os
Clarice hesitou por um momento antes de perguntar: — Essa ideia de me dar folga foi sugestão da Teresa ou da sua mãe? As palavras que Teresa havia dito a ela ainda estavam gravadas em sua mente com cada detalhe. — Foi ideia minha! — Sterling respondeu, apertando levemente o rosto dela com os dedos. — Quero que você fique em casa para se preparar para a gravidez. Os olhos de Clarice se arregalaram ligeiramente. — Você realmente quer que eu tenha um filho? Ela sentiu que Sterling estava tentando testá-la, e isso a deixou desconfortável. — Nós já não combinamos isso antes? Vamos ter um filho juntos. — Sterling disse de maneira direta. Para ele, essa era apenas uma forma de fortalecer ainda mais o vínculo entre eles. Sterling não queria divórcio e também não queria buscar outra mulher. Mesmo que não amasse Clarice, ele pretendia passar o resto da vida ao lado dela. Clarice manteve a expressão neutra e respondeu com frieza: — Eu já disse antes, para eu ter um filho, você
Clarice encarou os olhos sombrios do homem à sua frente, sentindo uma dor surda no peito. Depois de alguns segundos de silêncio, ela finalmente respondeu com a voz baixa:— Teresa passou por mil dificuldades para ter esse filho. Você deveria valorizá-lo muito. Quanto a mim, se eu não quero, você pode me chamar de ingrata.Dizendo isso, Clarice empurrou Sterling com força e saiu do elevador.Ela não podia acreditar na diferença de tratamento. Ele tinha tanta consideração por Teresa, mas a tratava como uma máquina de fazer filhos. Já que Teresa já tinha dado a ele o que ele queria, por que ele ainda insistia nela?Sterling foi atrás dela com passos rápidos e segurou seu braço com força. Um sorriso frio surgiu em seu rosto.— Você não tem escolha.Clarice, irritada e sem paciência, não quis prolongar a conversa. Ela abaixou a cabeça e mordeu a mão dele com força.Sterling sentiu a dor e soltou seu braço por reflexo. Clarice aproveitou e correu, sem olhar para trás.Com o rosto fechado, St
Sterling estava claramente aproveitando o momento e, obviamente, não deixaria que ela fizesse as coisas sozinha.— Fique quietinha aí! Senão, vou te mostrar como eu resolvo isso! — Ele ameaçou em voz baixa.Clarice sentiu o coração pesar e respondeu, nervosa:— Estou com dor na barriga, para com isso!O rosto de Sterling ficou um pouco mais sério.— Por que você está com dor de barriga de novo?Os olhos do homem a analisaram com desconfiança, como se ele não acreditasse. Clarice sempre dizia que estava com dor na barriga, e Sterling tinha certeza de que era só uma desculpa para evitar ele.Clarice ficou tensa, com medo de que ele percebesse algo. Ela ergueu o olhar e o encarou de forma irritada.— A culpa é sua! Ontem você foi tão bruto na cama que ainda estou sentindo dor. Nem tive tempo de me recuperar.Ela não sabia se ele acreditaria.Sterling apertou os lábios, e um sorriso apareceu no canto de sua boca.— Você não está na cama comigo pela primeira vez. Já deveria saber o quão bru
Por que ela queria que Sterling colocasse no viva-voz? Clarice só podia estar procurando problemas para ela mesma. — O médico já disse que você não pode se emocionar demais. Se continuar assim, da próxima vez nem vou me preocupar com você! — Sterling repetiu pela segunda vez que não cuidaria mais dela. O coração de Teresa ficou apertado, misturando medo e ansiedade. — Sterling, eu não me exaltei, prometo! Vou seguir direitinho tudo o que o médico recomendou. Por favor, não diga que vai me abandonar! Por causa das palavras de Sterling, Teresa quis chorar, mas não teve coragem. Mesmo assim, sua voz saiu embargada, um choro abafado escondido em cada palavra. — Tá bom, eu preciso trabalhar. Descanse um pouco, e assim que eu puder, passo aí para te ver. — Sterling finalmente cedeu um pouco, sua voz um pouco mais branda. — Cuide-se também! Vou descansar agora... Estou esperando você, viu? — Teresa largou um suspiro aliviado, e sua voz agora trazia um sorriso. Clarice respirou fun