A manhã seguinte trouxe consigo uma Londres sussurrante. As damas mais apressadas comentavam baixinho em lojas de chapéus, os cavalheiros cochichavam em clubes de cartas, e até os cocheiros, invariavelmente informados de tudo, trocavam olhares cúmplices ao citar um único nome: Beatrice Fairweather.
Não houve demora para que os jornais discretos de sociedade — aqueles que preferiam alimentar fofocas do que fatos políticos — estampassem em suas colunas frases insinuantes: "Um beijo roubado em pleno baile de Lady Stanhope!". O escândalo havia se espalhado como fogo em palha seca.
Beatrice, sentada na sala de visitas da tia Marigold, sentia o peso do olhar astuto da velha senhora sobre si. O bule de chá fumegava entre elas, mas a atmosfera estava longe de ser reconfortante.
— Minha querida, — começou tia Marigold, ajeitando o lenço rendado sobre o colo, com a solenidade de uma juíza anunciando um veredito — temo que sua sorte foi selada ontem à noite.
— Não me diga... — Beatrice murmurou,