Vincent
O silêncio depois da guerra era o som mais raro da minha vida.
E enquanto o mundo lá fora se armava para o próximo round, dentro daquele quarto, tudo que existia era ela. Mirella.
Deitada sob os lençóis macios, cabelos espalhados no travesseiro como seda escura. O abajur jogava sombras suaves sobre sua pele , e seus olhos me encaravam com uma mistura de ternura e decisão.
Me aproximei devagar, como quem se aproxima de um altar sagrado. Toquei sua cintura, os dedos traçando caminhos que já conheciam, mas que nunca cansavam de redescobrir. Ela suspirou, mas não recuou. Suas mãos vieram até minha nuca, Me puxando para um beijo que começou suave… e foi se intensificando, como tudo entre nós. O desejo era inevitável.
A guerra havia nos endurecido. Mas o amor… nos mantinha vivos.
Minhas mãos passearam por seu corpo como uma prece silenciosa. E ela me recebeu. Com calor. Com entrega. Com tudo até o momento em que, no ápice da tensão, ela pressionou a palma contra meu peito e sussurro