Vincent
Nunca fui bom com palavras. Nem com gestos. Meu mundo sempre foi o do silêncio, das ordens dadas com o olhar, das decisões tomadas na ponta da faca ou na ponta da arma. Mas ali, naquela sala, com meu sogro segurando meu filho nos braços... eu entendi que algumas guerras são vencidas no silêncio.
— Ele é forte — meu sogro disse, ainda com Domenico no colo. — Tem o olhar firme. Igual ao pai.
Assenti. Não por orgulho. Mas porque sabia que aquele olhar vinha muito mais da mãe. Da força dela. Do que ela enfrentou pra estar aqui hoje.
Meu sogro não era o homem mais fácil de se conviver. Sempre reto, dono da verdade, justiça nas mãos, orgulho nos olhos. E mesmo assim... ali estávamos. Ele, eu, e esse pequeno entre nós dois. Unindo mundos que jamais pensei que se encontrariam.
— O senhor já pensou em como isso tudo é doido? — perguntei, quebrando o silêncio. — Qual era a probabilidade da gente Agora ser ... somos o que? Parceiros? Família?
Ele sorriu de lado. Um daqueles so