Mirella
continuação...
Os dias seguintes foram feitos de pequenas vitórias. Um banho de sol com Domenico nos braços. Um sorriso mais forte. Uma noite em que conseguimos dormir três horas seguidas. Visitas cuidadosas Isis , minha mãe, até meu sogro passou algumas horas ninando o neto, sempre respeitando nossos silêncios, sempre trazendo mais esperança.
Vincent, mesmo vigilante, começava a relaxar. Ainda dava ordens por telefone, ainda monitorando a segurança, mas havia algo mais em seus gestos. Uma calma contida. Um homem em transição. Um pai.
Numa tarde, o encontrei ele na varanda, com Domenico no colo. Ele mostrava o jardim ao nosso filho, apontando com o dedo, como se explicasse cada flor , cada sopro do vento.
— Um dia você vai entender — ele dizia, baixo — que seu pai não era só escuridão. Que tudo que eu fiz, foi pra isso. Pra você estar aqui. Vivo.
Fiquei observando de longe, com lágrimas nos olhos. Porque ali estava a imagem mais bonita que eu já vi. O homem que o