Pietra
Eu não fazia ideia do que esperar quando bati à porta do escritório de Anton. Meu coração martelava no peito com uma mistura de ansiedade, culpa e... esperança. A secretária havia me deixado entrar sem rodeios, e quando vi Anton levantar os olhos e me olhar daquele jeito, como se ainda me amasse, mesmo com tudo, meu impulso de fugir foi sufocado por uma certeza calma: eu precisava estar ali.
Diante da revelação do que me levou até lá, percebi que por um breve segundo, o rosto de Anton pareceu vacilar. Não foi um sorriso. Nem uma surpresa. Foi... uma decepção contida. Como se ele preferisse que eu nunca tivesse descoberto.
E foi ali, naquele exato instante, que tudo fez sentido para mim.
Ele não fez aquilo para me impressionar. Não era teatro. Nem um gesto impulsivo para chamar minha atenção. Ele fez porque precisava se libertar daquilo. Da imagem que todos tinham dele. Da que eu também ajudava a pintar. Ele fez porque queria provar algo a si mesmo.
Eu senti meu peito apertar e