Aaron Baumann está prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida. O patriarca da família, Leonel Baumann, decide passar o controle das Indústrias Baumann para a próxima geração, mas com uma condição inusitada: o herdeiro escolhido deve lhe dar um bisneto o quanto antes. Aaron, determinado a conquistar o império familiar, se depara com um obstáculo inesperado quando sua esposa, Paola, revela que não pode ter filhos. Desesperado para atender às exigências de seu avô e garantir seu lugar como chefe das indústrias, Aaron se alia a seu amigo de longa data, Eric, em um plano ousado e controverso. É então que Rebecca, uma jovem de vinte anos, bela e apaixonada pela pintura, entra em sua vida. Fugida de uma família religiosa e sem apoio algum, Rebecca se encontra sem opções até que a proposta de Aaron lhe oferece uma saída: gerar o herdeiro do Império Baumann por cinco milhões de Reais.
Leer másLeonel Baumann
Convidei meus netos e Ettore para um jantar na mansão. Já era hora de decidir o futuro das Indústrias Baumann, e eu precisava de todos presentes para essa ocasião. Berenice, minha querida esposa, estava ao meu lado, lançando-me olhares de apoio. A sala de jantar, com seu lustre imponente e móveis antigos, estava preparada para uma noite memorável.
Enquanto nos acomodamos à mesa, observei os rostos tensos dos meus netos. Aaron, com sua postura rígida e terno impecável, claramente estava à espera de algo importante. Paola, ao seu lado, tentava disfarçar sua ansiedade, mas o brilho em seus olhos a traía. Axel, sempre desconfiado, mantinha uma expressão cerrada, enquanto Anton, despreocupado, mexia no telefone e Annelise ria de algo que ele disse.
Ettore, filho de um antigo funcionário falecido e meu homem de confiança, estava presente também. Para mim, ele é como um filho. Suas ações sempre foram pautadas pela lealdade e integridade, algo raro nos dias de hoje.
O jantar transcorreu em meio a conversas formais, mas eu pude sentir a tensão no ar. Eles sabiam que algo estava por vir. Quando a refeição terminou, levantei-me e pedi a todos que se juntassem a mim para um café na sala de estar.
A enorme sala de estar da mansão era acolhedora, com poltronas confortáveis dispostas de maneira cômoda. Sentei-me na cadeira que ocupava há décadas, sentindo o peso das decisões que estava prestes a tomar.
— Obrigado por estarem aqui esta noite — comecei, minha voz ecoando pelo ambiente. — Há algo importante que preciso compartilhar com vocês.
Todos os olhares estavam fixos em mim, e eu sabia que este era o momento.
— Estou disposto a me aposentar e passar o controle das Indústrias Baumann para a próxima geração.
O murmúrio de surpresa percorreu o grupo. Vi a expressão de Aaron se intensificar, e o brilho nos olhos de Paola se tornar mais aguçado. Axel e Anton trocaram olhares incertos, enquanto Annelise parecia mergulhada em seus próprios pensamentos.
— No entanto — continuei, levantando a mão para silenciar qualquer pergunta antecipada, — há uma condição.
Aaron foi o primeiro a falar, sua voz firme, mas com uma ponta de nervosismo.
— E qual seria essa condição, vovô?
Olhei para todos eles, sentindo o peso das décadas de responsabilidade sobre os meus ombros.
— O herdeiro escolhido deve me dar um bisneto o quanto antes. Quero ver a continuidade da nossa família garantida. Quero ver o futuro dos Baumann assegurado antes de partir.
O silêncio que se seguiu foi absoluto. Cada um deles processava a informação à sua maneira. Aaron parecia em choque, e Paola, apertando os lábios, deixou transparecer um lampejo de pânico. Axel e Anton estavam visivelmente desconcertados, enquanto Annelise estava nitidamente tentando conter uma risada.
Aaron, ainda processando o que eu disse, lançou um olhar incrédulo ao redor da sala.
— Essa é a minha condição — repeti, para reforçar a seriedade do momento. Levantei-me, sentindo a necessidade de deixar todos refletirem sobre o que foi dito. — Vamos ver quem será capaz de atender ao meu pedido.
— Eu vou acompanhar o seu avô — Berenice complementou. — Desejo uma boa noite a todos. E olha lá o que vocês vão aprontar, hein!
Annelise, que já estava sentindo nítida dificuldade em se conter, diante do comentário de sua avó, ela deixou a uma gargalhada escapar.
— Sinto muito, vovó. Mas eu não tenho intenção alguma de assumir os negócios da família — Annelise disse aquilo que todos já sabiam antes mesmo dela abrir a boca.
Não contive um gesto de descontentamento em sua direção, que acrescentou: — Sou jovem demais para ser mamãe, querido avô.
— Que seja! Os seus irmãos atenderão ao meu pedido — falei, resignado, enquanto caminhava até a escada que levava ao primeiro andar da mansão.
Saí da sala, deixando meus netos e Ettore imersos em seus próprios pensamentos. O jogo pelo futuro das Indústrias Baumann e pela continuidade do nosso legado estava apenas começando.
Quando Berenice e eu chegamos ao nosso quarto, o silêncio reinou por alguns instantes. Finalmente, ela quebrou o silêncio com um tom de repreensão em sua voz suave.
— Leonel, você realmente tinha que impor essa condição para entregar o poder a um dos nossos netos?
Dei de ombros, caminhando até a janela para olhar o jardim sob a luz da lua.
— Estou apenas tentando mostrar a Aaron que a esposa que ele escolheu não é adequada e que ele precisa sair desse casamento idiota que inventou.
Berenice se aproximou, surpresa refletida em seus olhos.
— Então você já tem um escolhido e está apenas usando de artifícios para conseguir aquilo que quer?
Voltei-me para ela, um leve sorriso se formando em meus lábios.
— Claro que sim.
Eu não me envergonharia por usar as armas que tinha à disposição para atingir o meu objetivo. O bem-estar da minha família estaria sempre em primeiro lugar. E a união dos meus netos era algo que eu não poderia deixar escapar das minhas mãos.
Diante do olhar ainda interrogativo de Berenice, decidi explicar melhor o meu ponto de vista:
— Estou certo de que o único que vai tentar conseguir um herdeiro é Aaron. Axel tem sua carreira no futebol e não pensa em largar os campos agora. E Anton? Ele não tem interesse algum em se enfiar dentro de um escritório quase dez horas por dia, seis dias por semana, pensando em negócios.
Ela balançou a cabeça, parecendo preocupada.
— Mas será que essa é a melhor maneira, querido? E se isso acabar destruindo a família em vez de fortalecê-la?
Coloquei minhas mãos nos ombros dela, olhando diretamente em seus olhos.
— Confie em mim, Berenice. Eu sei o que estou fazendo. Precisamos de um líder forte e determinado, alguém que possa garantir o futuro dos Baumann. E eu acredito que Aaron, apesar de seus erros, pode ser essa pessoa. Só preciso que ele veja além das aparências e tome as decisões certas.
Ela suspirou, ainda com dúvidas, mas finalmente concordou.
— Espero que você esteja certo, meu amor. Espero que tudo isso valha a pena.
Dei-lhe um beijo na testa e a puxei para um abraço carinhoso.
— Vai valer, minha querida. Vai valer a pena — falei com convicção — Em breve, teremos um pequeno Baumann correndo por essa mansão e Paola longe de nossas vidas.
AntonMal havíamos nos separado do beijo quando a porta da frente se escancarou com um estrondo, batendo contra a parede como se tivesse sido aberta por um furacão em salto alto.— Surpresa! — anunciou Anneliese, a voz vibrante ecoando pela casa como um trovão elegante. Ela surgiu no corredor como uma tempestade perfumada de Chanel, vestida impecavelmente com um macacão que era nitidamente caríssimo, os saltos tilintando alto sobre o piso de madeira. — Viemos salvar o casamento!Atrás dela, surgiu Andressa, com os braços ocupados por sacolas de lojas de decoração e revistas de noiva espalhadas em todas as direções. Seus olhos brilhavam com uma animação perigosa.— Trouxemos ideias! — exclamou, como quem carregava segredos mágicos que resolveria todos os nossos problemas em um estalo.No mesmo instante, senti Pietra enrijecer nos meus braços. O corpo dela, até então relaxado e entregue, ficou tenso como uma corda esticada prestes a romper. Um músculo repuxou em sua mandíbula, e seus
Pietra Cheguei em casa exausta. O dia havia sido especialmente puxado na lanchonete e, para completar, Isaque estava mais tagarela do que o habitual no caminho da escola para casa. Tentei não demonstrar impaciência. Ele só estava animado. Mas meus ombros estavam rígidos, minhas costas doíam como se eu tivesse carregado o mundo durante horas, e minha cabeça latejava discretamente, avisando que, se eu não descansasse logo, uma bela enxaqueca me faria companhia.Assim que empurrei a porta da cozinha, parei na soleira, encarando a cena diante de mim.A mesa estava coberta por uma verdadeira avalanche de coisas. Amostras de tecidos, catálogos de decoração, listas rabiscadas, convites de casamento em modelos variados... tudo arrumado em pilhas que pareciam multiplicar minha exaustão só de olhar.Suspirei fundo. Um daqueles suspiros longos e pesados que quase doem no peito.— Uau — Isaque comentou, chegando logo atrás de mim. — Isso tudo é pra você escolher para o casamento?Concordei sem d
KimberlyA minha mente não parava de girar em torno do mesmo assunto: Priscila. A mulher que se parecia comigo. A mulher que Axel havia amado, perdido... e talvez, ainda não esquecido. Aquilo doía. E mais do que isso, me fazia questionar tudo.Quando entrei na casa silenciosa, ao retornar do trabalho, Axel ainda não havia retornado do clube. Subi as escadas lentamente, cada degrau mais pesado que o anterior. Entrei no quarto que dividimos nos últimos dias, o mesmo em que tantas vezes nos entregamos, onde confidências foram trocadas e planos sussurrados entre beijos.Sentei na beira da cama, olhando para o vazio. “E se ele não estiver comigo por mim?” A dúvida cravava fundo. “E se eu for apenas a substituta de uma dor mal curada?”Peguei meu celular e abri a galeria de fotos. Lá estavam os momentos recentes: Axel sorrindo com a mão sobre minha barriga, o jantar com Fred e Kathleen, nossos passeios escondidos... Cada imagem parecia dizer que ele estava presente, de corpo e alma. Mas as
AntonJantar de domingo na mansão Baumann era algo que já fazia parte da minha existência. Naquela noite, no entanto, eu sentia tudo diferente enquanto observava Pietra do outro lado da mesa, seu riso misturando-se ao de Anneliese enquanto as duas trocavam segredos que faziam até Rebecca corar. Era difícil acreditar que estávamos ali, naquela mesma sala onde tudo havia desmoronado meses atrás, só que agora, cada olhar, cada toque entre nós era um recomeço. — Anton, passa o vinho para sua avó — a voz grave do meu avô me tirou da contemplação. Entreguei a garrafa de Bordeaux para Berenice, que me sorriu com aquela doçura que só ela tinha. — Obrigada, querido. É tão bom ver todos reunidos assim. — Seus olhos ficaram um pouco marejados quando pousaram em Pietra. — E com novidades tão felizes... Pietra baixou os olhos para o copo, mas não conseguiu esconder o sorriso que insistia em aparecer. Minha mão encontrou a dela sob a mesa, nossos dedos se entrelaçando naturalmente. — Axel
KimberlyA primeira coisa que senti ao abrir os olhos foi o vazio ao meu lado.O espaço onde Axel deveria estar estava vazio, apenas a marca do corpo dele no colchão como prova de que ele realmente tinha dormido ali. Um aperto no peito me lembrou da noite passada—dos pesadelos dele, do nome que ele gritou no escuro, da distância que colocamos entre nós depois. Eu me sentei na cama, esfregando os olhos com as mãos enquanto tentava organizar o caos dentro da minha cabeça. O sol da manhã entrava suavemente pelas cortinas, iluminando o quarto com uma luz dourada que parecia zombar da confusão dentro de mim. O que eu estou fazendo aqui?Axel tinha me puxado para o turbilhão da vida dele, mas agora eu não sabia mais qual era o meu lugar. Ele tinha sonhado com Priscila de novo. E eu? Eu era só uma substituta conveniente? Alguém que lembrava ele dela o suficiente para confortá-lo, mas não o bastante para apagar o passado? Peguei meu robe jogado sobre a poltrona e comecei a vesti-lo, já
AxelA noite tinha sido longa. Kimberly havia voltado para a cama, mas dormira virada para o outro lado, distante. E eu, acordado, revirava-me entre os lençóis, perseguido por memórias que não queria mais carregar.Na cozinha, encontrei Fred já com uma caneca de café entre as mãos. Ele ergueu os olhos quando me viu entrar, a sobrancelha erguida em silêncio inquisidor.— Parece que alguém dormiu tão bem quanto um gato em cima de um telhado molhado, — ele comentou, sarcástico.Eu ignorei o tom dele e mergulhei direto no assunto. — Não. — resmunguei, puxando uma cadeira. — Tive um pesadelo. Com a Priscila.Fred ficou em silêncio por alguns segundos, bebendo o café como se estivesse saboreando suas palavras antes de falar.— Você sonhou com ela ou com o que ela te fez passar?Suspirei, recostando na cadeira. O peso da lembrança caiu sobre mim como uma âncora.— A gente se amava de um jeito doentio. Priscila tinha aquele magnetismo que... que me cegou. Mas era imprevisível, manipuladora.
Último capítulo