Pietra
Cheguei em casa exausta. O dia havia sido especialmente puxado na lanchonete e, para completar, Isaque estava mais tagarela do que o habitual no caminho da escola para casa. Tentei não demonstrar impaciência. Ele só estava animado. Mas meus ombros estavam rígidos, minhas costas doíam como se eu tivesse carregado o mundo durante horas, e minha cabeça latejava discretamente, avisando que, se eu não descansasse logo, uma bela enxaqueca me faria companhia.
Assim que empurrei a porta da cozinha, parei na soleira, encarando a cena diante de mim.
A mesa estava coberta por uma verdadeira avalanche de coisas. Amostras de tecidos, catálogos de decoração, listas rabiscadas, convites de casamento em modelos variados... tudo arrumado em pilhas que pareciam multiplicar minha exaustão só de olhar.
Suspirei fundo. Um daqueles suspiros longos e pesados que quase doem no peito.
— Uau — Isaque comentou, chegando logo atrás de mim. — Isso tudo é pra você escolher para o casamento?
Concordei sem d