Kimberly
Eu não esperava visitas naquela tarde. Desde que recebi alta do hospital, minha vida voltou a um ritmo mais tranquilo, e eu estava tentando me adaptar novamente à rotina com Kathleen.
Quando a campainha tocou, eu fui atender sem me questionar quem poderia ser. Mas, ao abrir a porta, meu corpo todo congelou. Axel estava parado ali, alto, imponente. Meu primeiro instinto foi fechar a porta na cara dele, mas minha surpresa me manteve imóvel por alguns segundos.
— Podemos conversar? — ele perguntou, a voz baixa e firme.
Uma risada seca escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-la.
— Não temos nada para conversar.
AxelPor algum motivo que eu não conseguia explicar, não havia dúvida dentro de mim. Aquele filho era meu. Eu sentia isso com uma convicção quase irracional, uma certeza que nenhuma prova poderia mudar. Fred, como sempre, tentou me trazer de volta à realidade com sua visão pragmática e cética.— Axel, você está se iludindo de novo — Fred disse, sentado na poltrona da minha sala de estar, com um copo de uísque na mão. — Essa mulher é idêntica à Priscila. Você está projetando nela tudo o que sentiu por aquela mulher. E agora, com essa história de gravidez... você está caindo na mesma armadilha.Eu senti a raiva subir dentro de mim, mas me controlei. Fred era meu amigo
KimberlyQuando entrei em casa, a última coisa que eu esperava era encontrar minha irmã saindo do banheiro com um homem que eu nunca tinha visto na vida. Ele estava usando um roupão felpudo, o cabelo ainda molhado, como se tivesse acabado de sair do chuveiro. Kathleen estava ao lado dele, com uma expressão que eu só poderia descrever como um misto de surpresa e constrangimento.Eu tinha dito a Kathleen que não jantaria em casa porque iria a um pub com uma antiga colega de faculdade. Mas, no fim das contas, acabei sentindo uma náusea terrível e cancelei o encontro. Decidi voltar para casa, esperando encontrar um pouco de paz e silêncio. Mas, claro, as coisas nunca são tão simples assim.Eu não disse uma palavra. Nem "oi", nem "quem é vo
AxelEu estava concentrado na minha rotina matinal, tentando afastar os pensamentos sobre a noite anterior, quando Ettore entrou na cozinha e puxou uma cadeira diante de mim.— O que pretende fazer agora? — Ele perguntou sem rodeios, pegando uma xícara de café antes mesmo de eu responder.Eu sabia exatamente a que ele se referia. Kimberly. A cena da noite anterior ainda me incomodava. Eu tinha ido até sua casa decidido a resolver aquela situação, mas, em vez disso, fui recebido por um homem de roupão felpudo, recém-saído do banho. O desconforto e a irritação voltaram com força só de lembrar daquela imagem.— Vou treinar. — Disse, dando um gole no café. — E mai
KimberlyEu já tinha avisado ao meu chefe, Charles Whitaker, que havia tido um contratempo e não sabia a que horas chegaria ao trabalho. A ligação foi curta, mas o tom de sua voz deixou claro que ele não estava satisfeito. Charles sempre foi um homem meticuloso, controlador e, para ser sincera, um tanto pedante. Ele tinha uma maneira peculiar de fazer comentários que pareciam inofensivos, mas carregavam uma dose de sarcasmo que só eu parecia notar. Desta vez, porém, ele foi direto ao ponto.— Kimberly, esse *contratempo* seu tem alguma relação com a história que está circulando na mídia? — perguntou ele, com um tom que beirava o desdém. — Sobre você estar grávida de um jogador de futebol brasileiro?
AxelO treino daquele dia foi uma tortura. Eu tentei me concentrar, mas minha mente insistia em se fixar em Kimberly. Ainda assim, agi de maneira automática, como se meu corpo soubesse o que fazer mesmo quando minha cabeça estava em outro lugar.A chegada ao clube tinha sido caótica, com repórteres gritando perguntas sobre Kimberly e a gravidez. Fred e Ettore estavam certos, eu não poderia ter ido até ela de manhã. A situação tinha fugido do controle. Mas eu não podia perder o foco.Mesmo com a mente completamente dominada por pensamentos sobre Kimberly, consegui marcar dois gols durante o coletivo, e ao final do treino, o técnico me elogiou ao final, dizendo que meu rendimento tinha sido excelente, especialmente considerando a import&a
KimberlyEu estava furiosa.Eu saí da sala sem olhar para trás, deixando Axel sozinho após nosso encontro tenso. Segui diretamente para o quarto onde Kathleen e eu estávamos hospedadas. Ettore havia nos oferecido quartos separados, mas insisti em ficar com minha irmã, justificando que não ficaríamos muito tempo ali. Ele me olhou de maneira suspeita, como se soubesse mais do que estava disposto a dizer, mas naquele momento, ignorei.Agora, no entanto, ao perceber que já havia anoitecido e que ainda estávamos naquela casa, minha inquietação só crescia. Kathleen, sempre mais observadora do que eu lhe dava crédito, cruzou os braços e lançou um olhar calculista em minha direção.
AxelA manhã já havia começado mal. Meu sono foi fragmentado, minha mente uma confusão de pensamentos sobre Kimberly, a mídia e o jogo que se aproximava. Mas nada poderia ter me preparado para o que vi ao descer as escadas.— O que vocês estão fazendo aqui? — minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia, mas a surpresa e a irritação eram genuínas.Leonel Baumann estava ali, sentado confortavelmente na poltrona de couro, segurando sua bengala com uma postura impecável. Ao seu lado, Berenice, minha avó, sorria com serenidade, como se sua presença fosse algo natural e esperado.— Ora, Axel, que recepção calorosa para seus avós — Leone
AntonEu sabia que conquistar Pietra de volta não seria fácil, mas não imaginei que seria uma verdadeira batalha de vontades. Cada passo em sua direção era como avançar em um campo minado, onde cada movimento poderia desencadear uma explosão de emoções que ela tanto tentava esconder.Desde que decidi provar a ela que eu queria estar ao seu lado independentemente de qualquer outra coisa, passei a ir à sua casa todas as noites. E, por mais presente que eu estivesse, Pietra continuava erguendo barreiras entre nós, tijolo por tijolo, com uma determinação que me deixava ao mesmo tempo frustrado e admirativo.Apesar disso, eu parecia contar com o apoio silencioso dos irmãos dela. Isaque, com sua energia contagiante, sempre fica