O sol ainda se escondia entre as folhas quando Amara abriu os olhos. Sentia-se aquecida, como se estivesse envolta num casulo de calma. O canto distante dos pássaros e a luz filtrada pela copa das árvores traziam uma paz estranha... até que percebeu onde estava.
Baixou os olhos lentamente — e congelou. Estava deitada sobre o peito de Pitter. O coração dele batia calmo, firme, e seu braço repousava ao redor dela, como um gesto instintivo de proteção.
O susto percorreu seu corpo de uma só vez.
— O quê?! — exclamou, tentando se afastar rápido demais.
O teto do carro a impediu de escapar com elegância. Ela bateu a cabeça com força, soltando um gemido de dor enquanto levava a mão à testa.
— Ai… meu Deus… Pitter… no carro… — murmurava, tentando juntar os pensamentos. Tudo parecia muito errado.
E antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a voz dele cortou o ar.
— O que você está pensando? — perguntou, com aquela voz grave que sempre parecia esconder algo mais.
Ela hesitou. Tinha medo de dize