Amara ainda estava no carro, acariciando o painel como se fosse uma relíquia sagrada. Pitter a observava de longe, com um misto de exaustão e fascínio.
Como era possível que uma única mulher conseguisse transformar cada dia em uma história tão imprevisível?
Ele soltou um suspiro baixo.
— Que o universo conspire a meu favor...
Amara apertou o volante como se estivesse segurando algo precioso. Os olhos, um tanto turvos pela bebida, miravam Pitter com curiosidade e desconfiança.
— Você... o que você quer fazer? — perguntou, com a voz um pouco arrastada, como se o álcool ainda dançasse em sua língua.
Pitter se acomodou no banco do passageiro sem dizer nada. Encostou as costas no banco, o maxilar tenso, os olhos fixos na lua cheia à frente. O que ele queria fazer? Talvez fosse melhor que ela nunca soubesse.
Com um movimento brusco, desabotoou o colarinho da camisa branca. Um botão... depois outro... e mais um. O silêncio entre os dois se tornava denso, quase sólido.
Amara acompanhava cada g