Os dois foram para o churrasco, Tank achou que qualquer lugar era bom quando todos os lugares eram igualmente ruins.Nick caminhou falando com Tank sobre bobagens, mas os olhos pararam em Olivia. Ela estava conversando com Anne, com um sorriso tão lindo que o fez suspirar.— Tive outra ideia!— Já sei, você vai correr e rastejar, balançar o rabinho e me deixar falando. Vai lá!— Nossa! Agora eu sei por que eu não fui com a sua cara desde o começo. Que porre, mano. Eu amo a minha mulher, se isso te incomoda não vamos ser amigos e por mim tudo bem. Mas se calar a boca e ouvir eu queria te pedir um favor.— Favor?— Isso, vamos sair! Dar uma volta. Preciso comprar umas coisas e você esfria a cabeça.— E o papo de minha mulher precisa de mim para segurar o bebê enquanto ela caga?.— Esquece, ela pode ficar com a minha mãe.— Beleza, e aonde vamos. Puteiro ou boteco? As bebidas no puteiro são batizadas se sabe.Nick pensou que estava explicado o porquê Dállia tinha chutado Tank, o rapaz f
Quando tudo estava perfeito, pararam para comer outra vez, Nick escolheu uma loja de bolos, enquanto comiam ele pediu para que a moça fizesse uma réplica do bolo em formato de marreta que Olíe havia feito para ele no dia em que foi solto.Ela correu com aquele bolo nas mãos, mas tudo o que Nick conseguiu ver naquele e nos outros dias foi o quanto ela era linda. De como era bom ser visto daquela forma por alguém, Olíe não o queria por estar musculoso, nem por ser alto ou rico, ela o queria porque o enxergava de um jeito bonito, de uma forma que provavelmente só ela o via. E isso fazia seu coração inchar no peito, ficar maior, querer mais dela quase como a um vício. Nessa época ainda nem tinha provado os lábios daquela menina, mas já sabia que ela seria única.Assim como naquele dia, Nick ficou ansioso, comeu quase um bolo inteiro, pediu outro para levar para dar as crianças e terminou comendo também.— Mano, não é por nada, mas isso faz mal. É muito doce, vai ter uma caganeira escreve
E quando finalmente a noite do pedido chegou Nick estava ainda mais eufórico. Conseguiu convencer a namorada a tirar o leite e deixar com Sara, todos ajudaram, mas ela não tinha a menor ideia do que estava acontecendo e muito menos o porquê o rapaz estava agindo de um jeito tão estranho.— Nick acho melhor cancelar o cinema, vai chover.— Por isso mesmo não podemos cancelar.— E o Atlas? Se ele sentir minha falta? E se o Arjun chorar de novo? Podemos assistir em casa.— Eu controlo os trovões, sou o seu Thor, lembra? Atlas vai sentir a sua falta, com certeza, ficar longe de você é uma tortura, mas ele sabe que a mãe dele precisa de um tempinho para namorar. E o Arjun não vai chorar, já combinamos tudo e ele também quer que a gente vá. Está feliz.Foi quase uma hora de carro depois que saíram do condomínio e ela estava contando as horas para a próxima mamada de Atlas, mandou várias mensagens para a sogra e a resposta era sempre a mesma.— Ele está com o irmão e o avô, estão brincando.
Nick passou todos os outros dias andando de um lado para o outro tentando encontrar como seria o casamento perfeito, se pegava perguntando para todo mundo e a noite quase não dormia.Lis disse que o melhor era que fossem só os dois, já Pablo garantiu que uma menina que nunca teve família iria amar que todos estivessem a sua volta.Em contrapartida, Kwami disse que um casamento era um momento sagrado e que apenas pessoas que gostavam deles e torciam para a felicidade do casal deveriam ser convidados.— E como vou saber o que tem dentro das pessoas? Se elas realmente querem a nossa felicidade? Kwami, pelo amor de Deus, me ajuda.Jocellyn disse algo que entristeceu o marido, mesmo sem perceber.— Faça algo grande, com tudo o que uma noiva sonha em ter. Uma entrada triunfal, madrinhas dançando, mesas de doces, open bar, uma pista de dança com as bordas em diamante. Cortinas de seda pura, champanhe. Alugue o Palácio de Versalhes, transforme os jardins em um cenário de conto de fadas, com f
Talvez o nganga tivesse alguma razão, mas com certeza não sobre Jô. A médica havia experimentado um tipo de felicidade que não estava disposta a abrir mão.Olhou para Zawadi e deu um beijinho no filho antes de continuar.— Vamos resgatar o seu pai daquela assanhada. Nós não vamos deixar ninguém roubar ele da gente, vamos?O garotinho deu risada pelos passos da mãe o sacudirem em seu colo.Mas pouco antes de se aproximar, Jocellyn arrumou a postura e sorriu. Beijou o marido de um jeito apaixonado antes de o abraçar e falar satisfeita.— Sonhando com a nossa casa, meu amor?O africano não conseguiu pensar em mais nada além daquele beijo, puxou a mulher pela cintura e a prendeu junto a ele. A boca salivou.— Nyota— Eu, meu amor. Estou aqui, vou sempre estar.— Casa comigo? Eu sou doido em você, Nyota. Casa comigo minha estrela.Jocellyn sorriu divertida.— Eu já te disse esse sim, Kwami. Disse sim na sua terra, repito na minha. Sou sua e não vou te perder por nada nesse mundo.O african
Kwami começou a construção do lugar que seria o novo lar da sua família no dia seguinte e foi lá, enquanto erguia o fogão a lenha que Nick se aproximou meio cabisbaixo.— Já temos gás encanado, Kwami.O africano ergueu a cabeça, estava abaixado verificando o nível dos tijolos que ele mesmo moldou com argila. Olhou para o amigo e respondeu com sinceridade.— Temos, mas a minha estrela prefere pão feito na lenha.— A Jô?— Isso, a minha nyota. Posso fazer pão para você também, aliás já que está aqui, pode me ajudar a cortar o sabão e espalhar para curar.Nick aceitou, precisava pensar em algo que não fosse o próprio casamento e foi assim, tentando não pensar que encontrou a resposta.— Posso chamar um amigo para ajudar? Digo, o Tank. Ele está meio para baixo, trabalho braçal faz bem.— Não chamaria cortar sabão de trabalho braçal, mas se quer.— Para ajudar você, Kwami, está ficando engraçadinho igual ao meu padrinho.Nick falou e arregalou os olhos em seguida.— O MEU PADRINHO!Kwami n
Tank tomou banho se apegando a detalhes que normalmente não se preocuparia, cortou as unhas, limpou por baixo. Olhou com cuidado e aparou os pelos das axilas.Pensou em fazer a barba, mas acabou desistindo. Olhou no espelho e falou com o próprio reflexo.— Não dá para melhor muito. Só vaiSaiu do banho apressado, a toalha amarrada de qualquer jeito na cintura e os cabelos ainda pingando.Odiava acordar com estranhos na sua cama, e mais ainda odiava o vazio que sentia mesmo com o corpo quente de outra mulher ao lado. Não era a primeira que tentava e com todas, sem exceção, o resultado era exatamente o mesmo. Raiva de si mesmo e uma saudade que não conseguia segurar no peito.A menina dormia alheia a guerra que se instalava dentro do homem que ela sempre quis se aproximar e nunca teve chance. Naquela noite, ela tinha bebido pela primeira vez na vida, quis parecer o tipo de menina que achou que Tank gostava, sentiu vergonha do que fez, mas depois o álcool a ajudou e terminou com uma noit
Julian entrou na casa contendo o sorriso, era a primeira vez que Dállia falava com ele desde que roubou um beijo na empresa. Ela sempre aceitava suas investidas, nunca reclamou, diferente das outras secretárias Dállia simplesmente abaixava a cabeça e permitia.Isso era mais do que prova de que ela gostava. E, também diferente das outras, ela era protegida de um dos sócios da empresa.Ninguém conhecia os outros sócios, o único que aparecia de vez enquanto era Endi, um advogado brasileiro que teria feito fortuna defendendo gangsters Nova iorquinos.Talvez uma lenda, mas o fato era que Endi era o único que aparecia, dos outros, sabiam apenas o nome. Miran Bianchi e Edgar Foster, todos achavam que provavelmente eram um casal, pois nenhum dos dois jamais apareceu nas reuniões de acionistas.Entrou analisando todos os detalhes. O ambiente era acolhedor, limpo, com um perfume suave de flores. Simples, mas bonito. Assim como a menina de olhos grandes e tímidos que ele havia escolhido para ser