Jocellyn se afastou de Marina como se estivesse fugindo de um incêndio. O corredor pareceu ter quilômetros e sentia como se nas suas costas a mulher se divertisse com a sua humilhação.
Cada passo era dolorido, cada respiração uma luta para não ceder às lágrimas. Não era cansaço, sabia que não.
Era a certeza do que sempre evitou admitir.
Nunca foi boa em cuidar de pessoas. Só sabia consertá-las, nisso sim ela era imbatível. Pensou que talvez por isso ela e Lobo se davam tão bem.
— É ursão! Erámos dois vazios tentando preencher um ao outro. Sinto a sua falta.
A médica ficou no próprio consultório, na organização um pedido dela era como uma ordem, muitos ali deviam as vidas a ela, ou a Lobo e homens como eles não se esqueciam das próprias dívidas.
Lara ganhava presentes fofos das mulheres e das crianças, mas Jocellyn era cercada de tudo o que desejasse.
Encontrou o consultório cheio de caixas, um computador novo, joias, um relógio de colecionador, um vestido exclusivo e até dois ingresso