Selene
O quanto a música mais vai ficando para trás como uma memória do passado. Eu estou começando a odiar minha própria mãe, será que ela não pode tentar se colocar em meu lugar, está bem que minha vida não saiu como ela planejou mas isso não dá a ela o direito de me descartar igual lixo, um simples projeto fracassado.
Passo a mão pelo rosto limpando as lágrimas que insistem em cair tentando ao máximo não atrai a atenção de Dionísio, ele abre a porta de um quarto e da espaço para que eu entre. O quarto está parcialmente inundado na escuridão a não ser pela luz do luar atravessando as janelas iluminando somente uma parte da cama.
— Você está bem? — Posso não enxergar seu rosto direito mas suas esferas verdes parecem brilhar para mim tristes como se sentissem a mim.
— Estou bem. — Sussurro engolindo o choro, dói tanto por dentro que chega a machucar por fora, seus braços me envolvem em um abraço reconfortante. Somente deixo que ele faça isso e tome parte da minha dor.
— Você é mar