Narração: Vinícius Vasconcelos

Eu achava que tava no controle.

Achava que sabia o que fazer.

Achava que a Sara era minha, e pronto.

Mas, naquela noite… ela tava diferente.

Ela se enroscou em mim como se fosse amor, mas o olhar dela dizia outra coisa.

Um tipo de silêncio que grita, sabe?

Fiz cafuné, tentei dar carinho, joguei umas palavras bonitinhas no ar.

Mas parecia que nada colava mais.

Deitei do lado dela, cheio de medo e orgulho. Medo de perdê-la, orgulho demais pra admitir.

Aí ela falou que ia pra uma festa.

Eu quis rir. Eu quis gritar.

No fundo, eu quis implorar. Mas o ego? Esse falou mais alto.

Ela ia sair. Tava decidida. E eu percebi: perdi o controle.

Ou melhor… ela tomou as rédeas.

Naquela hora, deitado na cama depois que ela virou pro lado e me mandou apagar a luz, eu vi:

Fiz merda. Grande. Do tipo que destrói tudo.

Saí do quarto bufando, dormi no outro. Orgulho ferido, tesão quebrado e um vazio do cacete.

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No dia seguinte...

Voltei pro quarto fingindo que tava tudo bem