Capítulo 42.

Narração: Sara Lima Vasconcelos

Depois de um sexo digno de final de novela — aquele que a gente faz mais com raiva do que com amor — eu tava ali, deitada no peito dele.

E sim, fazendo conchinha.

Eu odeio admitir, mas o cafuné dele mexe comigo. Me deixa mole, tipo pudim fora da geladeira.

— Não sei o que está acontecendo, mas se você quiser me dizer algo, Sara, me diz, hein.

Ele falou isso olhando pro teto, como quem tá cansado de fugir de si mesmo.

Mas ó: não é hoje que eu vou abrir a caixa de Pandora.

— O que você mais gosta em mim?

Sim, soltei essa. Do nada. Só pra testar. Porque, né? Homem quando ama, sabe responder.

Ou pelo menos tenta.

— Ah, esposa, não sei... tudo!

Tuuuuudo, ele disse. Genérico. Safado. Preguiçoso. Reprovado.

Se fosse prova oral, já tinha rodado na primeira pergunta.

— Não! Tem que ter uma coisa que você gosta mais!

Cruzando os braços aqui, mesmo deitada. Ouvindo com o juízo e o fígado.

— Gosto do seu sorriso, da sua voz... porque ela não é nada chata, né?

(risa
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