Narrado por: Vinícius Vasconcelos
Ela rodava na frente do espelho, com aquele maldito vestido colado no corpo, e eu… eu só conseguia imaginar cada olhar de macho imundo babando nela.
— Sara, me desculpa, meu amor, mas você não vai sair com esse vestido, coisa nenhuma! Tira isso agora! — falei num tom que nem eu reconheci. A voz saiu mais trêmula que firme. Era medo disfarçado de raiva.
Ela cruzou os braços e ergueu a sobrancelha.
— Eu vou sim, se eu quiser! Olha só, dá até pra dançar até o chão, ó!
E dançou. Descarada. Sem dó. Meu coração disparou como se eu tivesse levado um soco no peito.
— Tá mostrando tudo, Sara! Tira! Agora!
Pelo amor de Deus... antes que eu surte de verdade.
— Eu vou tirar, mas não é porque você tá mandando, é porque eu quero dançar e esse vestido não vai colaborar! Vou pegar outro!
Ela me quebra… Me quebra por dentro e nem percebe.
Fui pro banheiro bufando, cada passo um juramento de que não ia deixar essa mulher me enlouquecer. Mas já era tarde. Eu já tava no