Ela se afastou devagar. Os olhos ainda nos dele, mas agora com algo mais. Fúria contida. Desejo negado. Frustração acumulada demais para engolir em silêncio.

— Sabe, Dom... — murmurou, passando a mão pelos próprios braços como se tentasse conter o que tremia por dentro. — Talvez você esteja certo. Talvez não seja o momento.

Adam ergueu o rosto, atento. A tensão em sua mandíbula voltou como uma trava.

Elisa se abaixou, pegando o sobretudo caído no chão, mas não o vestiu. Apenas o segurou. Caminhou até a poltrona mais próxima e cruzou lentamente as pernas, com a pele ainda exposta, a lingerie marcando cada movimento com sensualidade involuntária. Ou proposital. Ele já não sabia mais.

— Talvez eu precise de alguém que não use desculpas. — Ela ergueu o olhar, firme. — Alguém que me veja, que me toque... que me deseje sem se esconder atrás de uma máscara.

Elisa continuou com o olhar firme, e uma provocação nos lábios que fazia Adam arder antes mesmo de qualquer toque.

Ela pass