Aquela noite depois da humilhação de Tiago na escola foi uma das piores da minha vida. Ele não quis jantar, ficou encolhido na cama e adormeceu chorando, agarrado ao travesseiro. Passei horas olhando para o teto, remoendo cada palavra que Laura despejara diante de tantas crianças. A cada lembrança, sentia meu sangue ferver.

Na manhã seguinte, quando deixei Tiago na escola, pensei que conseguiria ignorar. Pensei que seria forte. Mas bastou avistar Laura, de braços cruzados no portão, com aquele sorriso de triunfo e a barriga saliente sob o vestido claro, para perceber que não ia suportar.

Ela me encarou de cima a baixo, sem nem disfarçar o desprezo.

— Bom dia, Helena. — disse, venenosa. — Espero que o Tiaguinho não esteja traumatizado por ter que pagar pelos erros da mãe.

Perdi a visão por um segundo. O coração martelava tão alto que abafava todos os sons ao redor. Só percebi quando já estava agarrando os cabelos dela com força, derrubando-a no chão diante da escola inteira.

— Sua cobr