Adeline sorriu.
Um daqueles sorrisos que vem do fundo. Lento, sincero. Quase perigoso.
Ela observava o salão como quem assiste o final de um filme antigo, já sabendo o desfecho, já sentindo o gosto da vitória.
E não era qualquer vitória.
Era a queda cinematográfica de Carlos Ricci.
— Ele merecia mais. — ela disse, sem tirar os olhos do palco, onde até pouco tempo atrás, Carlos brilhava como se fosse o dono da festa.
— Vai ter mais. — falei, com um sorrisinho no canto da boca. — Isso é só o começo.
Ela virou o rosto pra mim. Os olhos calmos, mas com uma centelha acesa.
Ela não precisava responder.
Aquela expressão dizia tudo: ela sabia.
**
O salão ainda estava bagunçado. Nicolas e Amanda tinham desaparecido, e a maioria dos convidados já buscava uma desculpa pra sair dali sem parecer fofoqueiro demais.
Mas nós?
Nosso trabalho ali estava feito.
— Vamos sair daqui? — perguntei.
Ela assentiu.
— Deixar o drama pra quem precisa processar.
— E você já processou?
— Eu já transformei. — respon