O salão estava impecável. O tipo de perfeição que beirava o insuportável.
Mármore branco. Lustres de cristal estrategicamente posicionados. Mesas redondas com arranjos florais que custavam mais do que o salário de alguns dos meus enfermeiros. Garçons flutuando com bandejas de champanhe francesa e petiscos em miniatura.
Tudo aquilo para quê?
Para oficializar o noivado da minha filha com um homem que eu mal conseguia olhar nos olhos.
Carlos Ricci.
Até pensar no nome dele me dava azia.
E ali estava ele: sorrindo para as câmeras, cumprimentando empresários, se comportando como se fosse da família real. O terno sob medida, a barba milimetricamente aparada, o sorriso de vitrine — tudo exatamente onde deveria estar.
Um personagem bem ensaiado.
E a plateia, infelizmente, aplaudia.
Amanda, por outro lado, estava linda.
Ela escolheu um vestido champagne, elegante e suave, com detalhes bordados na cintura e um decote discreto. Estava com o cabelo preso em um coque baixo e maquiagem delicada. Par