Eu juro que chequei o celular umas duzentas vezes naquela manhã.
Não porque eu tava esperando algo importante do trabalho — até porque, sinceramente, eu vinha deixando o trabalho em segundo plano desde que ela tinha sumido.
Adeline.
Ela tinha dado aquele afastamento clássico. Do tipo que não diz "vai embora", mas também não deixa espaço pra ficar. Eu entendi. Eu respeitei. Mas... esperar por alguém sem saber se ela vai voltar é como manter a porta entreaberta durante uma tempestade — você não sabe se fecha de vez ou deixa aberta e torce pra que o sol volte.
E aí, de repente, ela respondeu.
“Café da tarde? Hoje?”
Li aquela mensagem cinco vezes. O coração deu uma batida estranha, rápida demais, e eu quase ri sozinho, no meio do quarto, parecendo um moleque de ensino médio com crush no banco de trás.
Respondi tentando parecer casual:
“Sim. Diz o lugar e eu tô lá.”
Ela mandou o nome de um café que eu já conhecia — discreto, com um clima de aconchego chique e cheiro constante de bolo de la