Naquela manhã, o refeitório estava mais movimentado do que eu já tinha visto. Deborah caminhava de um lado a outro, anotando coisas numa folha presa a prancheta. Duas mulheres carregavam caixas grandes, etiquetadas com letras que eu não reconhecia de longe.
June surgiu ao meu lado, prendendo o cabelo com um lápis.
— Alguma aposta sobre o que tá acontecendo? — perguntou.
— Nenhuma — respondi. — Mas parece importante.
Nos aproximamos devagar. Quando Deborah percebeu nossa curiosidade, largou tudo e respirou fundo.
— Hoje a gente ganhou um presente — disse, a voz embargada. — Um empresário de Lafayette veio ontem à noite. Disse que ouviu falar daqui, que não sabia que existia uma base que virou vila. E… — Fez uma pausa, como se ainda não acreditasse. — Ele doou equipamentos pra cozinha. Um forno novo, batedeiras, panelas, até máquina de pão e de café.
Fiquei sem palavras. June encostou a mão no meu braço.
— Sério?
— Sério — confirmou Deborah, e agora os olhos dela brilhavam. — E mais: tr