Eu quase ri da situação, mas minha voz saiu carregada de sarcasmo:
— Compensar o quê? Você não deixou de aproveitar o prazer enquanto estávamos juntos, não é?
As palavras escaparam antes que eu pudesse pensar. Quando vi Jean levantar uma sobrancelha, com um olhar claramente surpreso e intrigado, percebi o quão atrevido havia sido o comentário.
— Eu… O que eu quis dizer foi… — Tentei me corrigir, desviando os olhos, mas ele me interrompeu com sua voz grave e baixa:
— Então eu quero reviver aquele tipo de prazer.
Meu cérebro deu um curto-circuito. Eu devo ter ouvido errado.
— O… o quê? — Gaguejei, meus olhos arregalados.
“Ele não pode estar falando sério! A luz do dia, com meu filho dormindo aqui do lado, e ele fala uma coisa dessas?”
— Eu disse… — Jean inclinou os ombros e aproximou seu rosto ainda mais do meu. Seus olhos estavam carregados de algo que eu não queria sequer nomear. — Eu quero reviver aquele prazer. Ouviu bem agora?
Meu coração disparou, e meu corpo inteiro ficou tenso. A