Levantei-me para responder ao brinde e, ao olhar para Jean, sorri antes de dizer:
— Nestes dois anos, vocês, com certeza, também tiveram que se preocupar muito com ele. Obrigada por tudo.
— Não foi nada. — Pablo respondeu com seu típico bom humor. — Ele não nos torturou tanto assim. Toda a pressão foi para os funcionários dele. Dois anos inteiros funcionando como uma máquina, sem parar um segundo. Quando você for beber com o pessoal da empresa dele, vai precisar levantar um brinde em nome de todos eles.
Olhei para Jean e senti meu coração apertar. Bela já tinha mencionado algo assim antes, mas ouvir isso de seus amigos agora fazia tudo parecer ainda mais doloroso. Minha tentativa de protegê-lo, de afastá-lo em nome de um "bem maior", acabou sendo o que mais o machucou.
Mesmo assim, ele nunca reclamou. Continuou me amando como sempre, sem nenhuma mágoa, sem nenhum ressentimento. Uma onda de emoção passou por mim, e, sem pensar, peguei a garrafa de vinho e enchi nossos dois copos.
Jean f