— O que foi...? — Minha voz saiu trêmula, quase gaguejando.
Jean manteve o silêncio. Sua expressão era calma, mas nos olhos havia algo oculto: uma mistura de insatisfação e raiva contida. Ele continuava se aproximando, e eu, por reflexo, dava passos para trás.
No entanto, sua mão segurava meu braço, e eu não conseguia me afastar muito. Ainda estava dentro do alcance dele.
— O que você está fazendo? Se tem algo a dizer, diga logo. Não precisa me puxar assim. — Tentei soar firme, mas minha voz traiu meu nervosismo.
Ele não respondeu. Apenas me encarava com aquele olhar frio e intenso, enquanto avançava mais um passo. Eu recuava automaticamente, até que minhas costas finalmente encontraram a parede. Agora, sem espaço para onde fugir, fiquei completamente presa. Meu coração disparou, e o calor subiu para o rosto.
— Por que parou? Continue recuando. — Ele finalmente falou, com uma voz carregada de sarcasmo e provocação.
O tom dele era como o de um predador brincando com sua presa, calmo e c