Aquela aura imponente e inquestionável de Jean fez com que minha mão, escondida debaixo da mesa, se retraísse automaticamente.
— Não foi nada sério, só me machuquei fechando a porta ontem à noite. — Ainda tentei disfarçar, forçando um sorriso tranquilizador.
Mas ele não se convenceu. Sem dizer nada, ele levantou-se, contornou a pequena mesa quadrada entre nós e sentou-se ao meu lado.
Fiquei tão surpresa que instintivamente me movi para o lado, tentando manter alguma distância, mas foi inútil. Jean simplesmente segurou minha mão e a puxou para examinar. Ao ver os hematomas, ele franziu o cenho, e o brilho em seus olhos escureceu.
— E a outra mão? — Ele perguntou, olhando diretamente para mim.
Engoli em seco. Não tinha como evitar. Relutante, estendi a outra mão. Ele a segurou, e, no instante em que nossas peles se tocaram, meu coração começou a bater descompassadamente.
— Fechar uma porta pode machucar as duas mãos ao mesmo tempo? — Jean perguntou, sua voz baixa e carregada de desconfia