POV Sophia Sinclair
Na manhã seguinte, cheguei ao escritório um pouco atrasada.
Bati à porta duas vezes. Nenhuma resposta. Girei a maçaneta mesmo assim. Se esperasse permissão, morreria de velhice no corredor.
Matthias estava lá dentro, como sempre. Atrás da mesa abarrotada de papéis, gravata frouxa, mangas dobradas até os antebraços. Parecia ter o mundo inteiro sobre os ombros, mas ainda assim encontrava tempo para me lançar aquele olhar sombrio que desmontava cada uma das minhas defesas.
— Você nunca ouviu falar em bater e esperar? — resmungou, sem erguer muito a voz.
— Eu bati. — Cruzei os braços, fechando a porta atrás de mim. — Você é que finge não ouvir quando não quer.
Ele suspirou, largando a caneta. — O que foi agora, Sinclair?
Sempre esse “Sinclair”. Como se fosse um lembrete constante de que eu era proibida, filha do amigo dele, a peça errada no tabuleiro que ele tentava controlar.
Aproximei-me da mesa, o coração martelando. — Eu preciso falar com você. É importante.
— Tudo