POV Matthias Kane

A mansão parecia um túmulo iluminado. Cada passo ecoava, pesado, surdo, como se os fantasmas andassem comigo. E, no fundo, andavam mesmo. Sophia caminhava na frente, as pernas tremendo, mas a cabeça erguida, sempre tão teimosa, tão patética na coragem dela. E eu… fodido. Porque, mesmo no auge da minha raiva, tudo o que eu conseguia pensar era no gosto dela ainda grudado na minha boca.

Eu fechei a porta com força, o barulho reverberou nas paredes como um tiro. Ela virou, assustada. Os olhos arregalados. As marcas no pescoço ainda brilhando.

— Sobe. — Minha voz saiu baixa, seca. — Vai para o quarto.

Ela hesitou. Desafiadora. Sempre. Mas eu dei um passo, e ela soube. Não era um pedido. Era uma sentença. Ela subiu as escadas devagar, segurando no corrimão, o quadril balançando como uma maldição feita sob medida pra me torturar. Quando desapareceu no topo, respirei fundo. Passei as mãos no rosto, sentindo o peso do dia, da noite, das escolhas erradas.

E então ouvi. A port