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Capítulo 5 — O Inferno Inteiro Queimava em Mim.

POV Sophia Sinclair

Arfei. Não consegui evitar. E ele soube.

O salão principal da mansão era grande demais, branco demais, falso demais. Um palco disfarçado de evento diplomático, cheio de gente que sorria enquanto contava quantos cadáveres colecionava na agenda.

Matthias foi chamado por um grupo de senadores de terno escuro.

— Dois minutos — ele disse, segurando minha cintura como se fosse um aviso silencioso.

— Vai lá, Comandante. Prometo não explodir nada em sua ausência.

Ele me lançou um último olhar que gritava “não faça merda”. E sumiu.

Foi quando eu o vi. Alto, bronzeado, terno marrom-chocolate, sorriso canalha, sotaque francês que rasgava calcinha só no "bonjour". Louis Delacroix. Meu caos de verão em Cannes. Beijos em iates, dedos pressionando contra portas de hotel, promessas em francês que eu nunca planejei cumprir. Eu sumi. E agora? O karma resolveu cobrar.

— Mademoiselle Sinclair... Je t'ai reconnue de loin. ("Eu te reconheci de longe.")

— Louis... que surpresa. — Sorri, pegando uma taça de espumante.

— Você está deslumbrante. Como sempre.

— Obrigada. E a Riviera?

— Abandonada, desde que você sumiu.

Ri. Dei um gole. Ele estava mais bonito do que eu lembrava. Mais perigoso. Mais... provocante. Ele se aproximou. Demais. E, antes que eu percebesse, segurou minha mão.

— Você ainda está fugindo, Sophia?

A voz que cortou o ar atrás de mim foi um tiro.

— Ela não está fugindo. Está sob minha proteção.

Meu corpo congelou.

Matthias. Ombros tensionados, terno escuro impecável, olhar cinza carregado de tempestade. Ele não andava. Ele avançava.

Louis ergueu a mão livre, rindo.

— Kane! Já ouvi falar de você.

Matthias não apertou. Nem moveu. Só olhou. Baixo, lento. O olhar de um predador prestes a arrancar a garganta da presa.

— Aposto que sim.

— Estou apenas cumprimentando uma velha amiga.

— Segurando a mão dela? Isso não é cumprimento. Isso é insolência.

Louis deu um passo, apertando minha mão de propósito. Foi quando ouvi o clique. Matthias puxou a arma do coldre lateral. Engatilhou. Mirou direto no rosto de Louis. O salão congelou. O mundo prendeu a respiração.

— Solta. Agora. — A voz era fria. Um corte de navalha.

Louis sorriu, tentando manter a pose. — Kane... vai mesmo usar uma arma num salão cheio? Matthias avançou. Segurou a camisa de Louis com a outra mão, puxando-o tão perto que os narizes quase se tocaram.

— Você acha que eu me importo com quem assiste? — rosnou, o cano ainda pressionando o queixo de Louis. — Eu quebro você aqui mesmo. E depois sirvo o seu corpo no jantar.

Louis engoliu em seco. Sua mão se abriu. Minha ficou livre.

— Você... enlouqueceu — gaguejou.

— Não. Eu sou a sanidade que você nunca vai ter. — Matthias empurrou Louis pra trás, soltando a camisa com violência. O francês quase caiu.

Matthias guardou a arma, o peito subindo e descendo como um vulcão prestes a explodir. Ele se virou pra mim. Segurou meu queixo, forte, quase dolorido. O salão inteiro assistia. Mas pra nós? Só existia aquela bolha de ódio e desejo.

— Você me provoca porque acha que sou feito de pedra. — A voz dele queimava. — Mas um dia, você vai chorar por ter me testado.

Eu sorri. Um sorriso doente.

— E você acha que não vale a pena ver até onde vai antes de quebrar? Ele aproximou o rosto. Tão perto que o calor da respiração dele me queimou os lábios.

— Você não faz ideia do inferno que está convidando pra dançar.

— E você não faz ideia de quanto eu quero ser queimada.

Silêncio. Ele prendeu a respiração, os olhos cravados nos meus. Um músculo tremia no maxilar dele. Então ele me soltou. Virou-se. E, num passo só, desapareceu entre os convidados. Eu fiquei ali. Mãos frias. Pulso acelerado. O salão inteiro me observando como se eu fosse um animal selvagem que acabara de ser domado.

E, pela primeira vez, eu soube: Matthias Kane não era só perigoso. Ele era a morte com rosto bonito.

E eu? Eu estava completamente viva, pela primeira vez.

POV Matthias Kane 

O nome dela nunca foi só um nome. Sophia Sinclair. Filha do único homem que já me salvou de mim mesmo. O único que me estendeu a mão quando eu era só um vulto com fome de poder e sede de sangue. Richard Sinclair. Ele me puxou do caos. Me deu um império. E fez um único pedido.

— “Ela não.”

Eu prometi.  Jurei que não tocaria nela. Nem quando ela tinha quatorze anos e me olhava como se eu fosse um herói quebrado. Nem quando fez dezoito e passou por mim usando um vestido tão colado que parecia uma provocação pessoal. Nem quando, em Dubai, deixou cair a toalha do ombro e disse, sorrindo: “Você ainda é meu segurança pessoal ou já virou meu juiz?”

Eu prometi. E mantive. Mas promessas são frágeis quando a tentação veste salto agulha, perfume doce e sorri como se fosse inocente. E agora ela está sob o meu teto. No quarto ao lado. Respirando no mesmo ar que eu. Me desafiando com cada movimento. Com cada olhar. Com cada palavra jogada como faca na minha garganta. Ela é proibida. E por isso, ainda mais perigosa.

POV Sophia Sinclair

No carro, o silêncio era denso. O motor roncava baixo, como um animal adormecido prestes a morder. Eu olhava pra janela, mas via só um reflexo distorcido do inferno que eu mesma alimentei.

Então explodi.

— Você ficou maluco?! — soltei, virando de repente pra ele. — Uma arma?! Num salão cheio de diplomatas? De empresários?!

Ele não respondeu. Continuou dirigindo. Mãos brancas de tensão no volante.

— Eu sabia que você era um psicopata, mas puxar uma arma no meio de um evento internacional? Você quer começar a Terceira Guerra no tapete persa, é isso?!

Nada. O silêncio dele era um tapa.

— Você acha que eu sou sua posse? Que pode me ameaçar, ameaçar todo mundo, como se eu fosse uma boneca presa numa vitrine?!

Nada.

— Fala alguma coisa, porra!

Ele virou o rosto devagar. Olhar cortante.

— Terminou? — a voz dele era tão baixa que parecia vazar veneno.

Arfei.

— Ainda não! Eu sou uma Sinclair! Você acha que pode apontar uma arma pra qualquer homem que chega perto? Quer transformar minha vida num campo de guerra?

Ele bufou, desviando os olhos de volta pra estrada.

— Eu transformo sua vida no que eu quiser.

— NÃO! — bati no painel, com força. — Você não manda em mim! Não é meu dono!

Ele parou o carro. No meio da estrada. Faróis dos outros carros cortando o escuro como facas.

— Desce.

— O quê?! — arregalei os olhos.

— Agora.

Minha pulsação explodiu. Mas eu saí. Trêmula. Furiosa. Ele saiu também. Deu a volta. Me encurralou contra a lataria gelada.

— Você acha que eu não te toco porque sou bom. Porque sou moral. Ético.

Minha respiração falhou.

— E não é?

— Não. — A mão dele agarrou meu rosto. Forte. Quase dolorida. — É porque se eu encostar, Sophia… eu não paro. Eu rasgo. Eu marco. Eu destruo cada célula sua até você não saber onde começa e onde eu termino.

Eu tremi inteira.

— E se eu quiser ser destruída? — sussurrei.

Ele riu. Baixo. O rosto a um sopro de distância.

— Então me obrigue a quebrar a única promessa que fiz.

Eu ergui a mão, segurando o pulso dele. Passei os dedos pela pele quente. Então, ele colocou a mão sobre minha boca. Forte. Me calando.

Eu o encarei. Desafiadora. E então, lentamente, passei a língua na palma dele. Lenta. Profunda. Como um pecado que eu queria saborear até o fim.

Ele rosnou. O corpo inteiro dele ficou rígido. A mão na minha nuca puxou. A mão que estava em minha boca saiu. Nossas bocas a um milímetro. O peito dele colado no meu. A respiração dele misturada com a minha, como se estivéssemos dividindo o mesmo ar, o mesmo veneno. E então ele se afastou. 

— Você quer ser marcada? — ele murmurou, a voz quebrada de tanto conter.

Eu sorri. Torta. Louca.

— Então me marca.

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