_ Ana... ele começou, sua voz rouca, aproximando o rosto do dela.
O coração de Ana batia descompassadamente, e ela sentia a respiração de Rafael em seus lábios. Estava prestes a acontecer. Ela sentiu uma mistura de pânico e um desejo avassalador. De repente, a porta do estoque se abriu com um estrondo.
_ Com licença! Alguém viu o bolo dos noivos?
Era um dos garçons, visivelmente atrapalhado, com a cabeça para fora da porta. Rafael se afastou abruptamente, mas ainda com o olhar fixo em Ana. O momento mágico se desfez, substituído pela realidade da interrupção. Ana sentiu-se frustrada, mas ao mesmo tempo aliviada. Era um lembrete cruel de sua situação, de que ainda não estava pronta para se entregar completamente.
O garçom, sem perceber a cena íntima que havia interrompido, pigarreou.
_ Desculpem, eu só... o bolo.
Ana forçou um sorriso para o garçom, seu rosto ainda quente.
_ Está na cozinha, no freezer, ela respondeu, tentando parecer casual.
Rafael respirou fundo, seu olhar ai