Sarah
O choro está preso na minha garganta. Minhas bochechas doem, assim como meus braços apertados pelo infeliz, mas olhar o documento do tratamento da Isa assinado me faz querer, pela primeira vez em meses, sorrir.
Enrico caminha em silêncio ao meu lado, seu olhar continua transparecendo ódio e suas mãos estão destruídas. Encaro confusa o carro que agora não tem mais motorista, esse, ao contrário do SUV que me trouxe, é um esportivo vermelho.
— Você está machucada? — Ele me olha assim que entramos no carro e eu suspiro.
— Não, mas as suas mãos estão. — Fecho os olhos por alguns instantes e volto a encará-lo — Foi você, não é?
— Eu o que?
— O tratamento, Enrico. Você pagou. — Dessa vez, eu sequer pergunto, pois já sei a resposta. — Obrigada...
Minha voz falha e eu luto tudo o que consigo para não desaguar, não agora. Enrico me olha e não responde, nem precisa, já que o semblante entrega bem as coisas.
— Acho que podemos falar sobre isso depois, não é? — Sugere — Te deixo em casa?
— N