Mundo ficciónIniciar sesiónDrogas desapareceram durante uma das negociações da nossa família — e todo mundo sabia que a culpa era da minha irmã adotiva, Emily. Agora, nossos rivais exigiam que alguém fosse enviado até eles, mantido refém até que a dívida fosse paga. Meu noivo, minha família — todos concordaram que deveria ser eu. — A Emily já se machucou na missão. Você é mais forte. Você consegue aguentar enquanto a gente resolve as coisas. Eu sabia que esse momento ia chegar. E então assinei meu nome. Em cinco dias, eu seria enviada. E decidi que não importava o que acontecesse — se eu vivesse ou morresse — eu estava farta da minha família e do meu noivo. Naqueles últimos dias, dei tudo o que eu tinha. O cassino? Para minha meia-irmã, que sempre o cobiçou com inveja. Minha conta corrente? Para meu pai, que nunca perdia a chance de me lembrar o quão inútil eu era. O anel de noivado? De volta para o homem que sempre foi completamente falso. Eles não perceberam nada de estranho. Apenas sorriram, satisfeitos com o quanto eu tinha ficado atenciosa de repente. Quando percebessem que eu tinha ido embora de vez — e que a frágil Emily deles seria a ruína deles — será que ainda sorririam daquele jeito? Será que ainda pareceriam tão satisfeitos?
Leer másPonto de vista de AriaOs Ricci me receberam com um avião particular. Parecia absurdamente luxuoso — jatos particulares e guardanapos de seda, como se eu fosse uma convidada de honra em vez de uma refém.— Venha, Srta. Moretti. O Sr. Ricci a aguarda em seu escritório.Assenti.No voo, passei por uma dúzia de planos de fuga. Oferecer trabalhar para ele. Oferecer os contatos do meu pai. Trair meu pai se fosse preciso. Ele não hesitou em me trair — por que deveria poupá-lo?O carro parou. O mordomo abriu minha porta e a mansão se ergueu diante de mim — maior e mais bonita do que esperava.A empregada me cumprimentou com um sorriso doce.— Srta. Moretti — o Sr. Ricci disse que uma senhora muito bonita estaria visitando.A polidez me acalmou, perversamente. Se essas pessoas eram gentis, talvez o mestre delas também fosse.Uma pequena e ridícula esperança tremulou.A empregada me levou até o terceiro andar. Paramos em uma porta gigante de mogno. O gesto dela me disse para entrar. Minha mão e
Ponto de vista de DamianTrês dias depois encontrei Emily em um resort, o sol pintando seu cabelo de dourado, um sorriso bruxuleando em seu rosto quando me viu. Não disse nada. Apenas me virei para os guardas e dei a ordem:— Peguem ela.Ela estava menos aterrorizada do que esperava. Talvez esperasse esse desfecho e tivesse ensaiado mil vezes. Ela implorou, então — rápido, ensaiado:— Aconteceu alguma coisa? Por favor, me conte. Estou com tanto medo.Não respondi. Arrastei-a de volta para a casa dos Moretti e a joguei no tapete. O vídeo ainda rodava em loop na tela atrás de nós; as imagens granuladas faziam a sala parecer menor, mais fria. O sorriso dela desapareceu quando olhou ao redor, o primeiro medo real queimando através dela.Michael se levantou como um homem numa corda bamba, cada linha do rosto ensombrada. Parecia que poderia golpeá-la onde estava deitada.— Onde você foi, Emily? — Michael perguntou, a voz baixa e dura, o luto entrelaçado com algo muito mais sombrio.— Pai, eu
Ponto de vista de Damian— Uma caixa. Pendrives, documentos, uma fita. Estava prestes a ligar. Pode buscar hoje?— Sim.Quando contei para Michael, ele disse que queria vir junto.Concordamos em não abrir a caixa até todos se reunirem. Michael ligou para Elara e Emily. Elara ficou branca com a foto; Emily não atendeu — provavelmente ocupada no cassino. Michael decidiu que não esperaríamos.Nós três — Elara, Michael e eu — sentamos no escritório dos Moretti com a caixa entre nós. Parecia leve demais, como se não devesse conter nada digno de alarde.Levantei a tampa. Dentro: alguns pendrives, uma pilha organizada de documentos e uma fita de vídeo antiga.— Assistam o vídeo primeiro — Michael disse, a voz rouca. — Preciso ouvir a voz dela.Colocamos a fita no aparelho. A sala pareceu encolher ao redor da tela quando a estática clareou e a filmagem começou a rodar.O rosto no monitor não era da Aria. Era da Emily — granulado, cru, completamente impiedoso em sua clareza. Ela estava deitada
Ponto de vista de DamianFui para casa, tentando me acalmar.Na mesa de centro estava um porta-retratos que Aria tinha escolhido. Nós em um parque de diversões. O sorriso dela naquele dia era tão brilhante, tão desprotegido, que parecia ver uma versão dela que ninguém mais jamais viu.Olhando agora, o arrependimento me atingiu como um soco. Arrependimento por deixá-la ir. Por não tê-la impedido. Mesmo que significasse empurrar a Emily para as mãos dos Ricci — não tinha sido ela quem arruinou a transação em primeiro lugar?Balancei a cabeça, forçando o pensamento para longe. O que importava agora era trazer a Aria de volta.Hesitei antes de fazer a ligação, mas eventualmente disquei para meu pai. Menti — disse que tinha encontrado uma nova oportunidade de negócio. Talvez estivesse impressionado com meu trabalho com os Moretti, ele não questionou. Em questão de horas, o dinheiro foi transferido.Fui direto ao Michael.— Tenho o dinheiro. Vamos ligar para os Ricci. Pagar a eles e trazer a
Ponto de vista de DamianQuando Aria me disse que iria para os Ricci como refém, quis dizer não. Deus, queria gritar. Porque parte de mim — parte que não quero admitir — era que a amava. Mais do que deveria.A conheci em uma reunião do círculo da Máfia. Naquela época, ela era a herdeira Moretti, a primogênita, o futuro da família. E eu? Eu era apenas o terceiro filho do meu pai, aquele destinado a desaparecer no segundo plano.Eu sabia melhor do que ninguém que, se quisesse sobreviver neste mundo, precisava de poder. E Aria Moretti era meu passe — minha chance de superar meus irmãos, de conquistar algo maior.Então a cortejei. A convidei para sair. A conquistei. Disse a mim mesmo que poderia tê-la. E através dela, poderia ter o nome Moretti, os recursos Moretti.O que não esperava era a Emily.Sempre que perguntava sobre a irmã, Aria ficava em silêncio. Podia perceber que ela não gostava da Emily — mas como namorado, achei que era meu dever não insistir. Então nunca falamos dela novame
Ponto de vista de AriaMe vi no parque de diversões que visitava quando criança, na época em que era só eu, antes da Emily entrar nas nossas vidas.Enquanto caminhava pelo portão, a cena na minha frente mudou. Quase podia ver — meu pai, mais jovem então, me segurando nos braços, sorrindo orgulhoso para a mãe.— A Aria é tão inteligente. Já terminou as aulas de matemática. Acho que ela será a herdeira perfeita para carregar o nome Moretti!Minha mãe, com aquele sorriso suave que só ela tinha, olhou para mim e disse:— Nossa bebê deve estar cansada. Não vamos falar de negócios ou escola hoje. Vamos apenas focar em colocar a Aria no carrossel favorito dela!Eu ri, toda minha atenção estava no sorvete, nos balões e nos brinquedos ao meu redor.Era feliz então, não era?Quando mudou?Caminhei até o carrossel, entreguei meu ingresso ao funcionário e subi. O vento levantou meu cabelo, e por um momento, quase senti a alegria daquela garotinha novamente.Bem, tudo mudou no dia em que meu pai ch
Último capítulo