Meu rosto travou, e George já deu duas batidinhas na testa dela:
— Está investigando identidade agora?
Benedita fez um biquinho para ele:
— Só perguntei por perguntar.
Olhei para George e sugeri:
— Os exames já terminaram. Leva ela para comer alguma coisa. Eu vou dar uma olhada em outra coisa.
— Carolina, vai ver o quê? — Benedita quis saber, curiosa como sempre.
George sabia exatamente o que eu queria fazer e, sem perder tempo, começou a empurrá-la para longe, dizendo:
— Você não era tão falante assim antes. Veio pra cá e virou tagarela?
— É que eu tenho medo de não ter mais chance de falar depois. — Benedita respondeu, com uma leveza que escondia o peso de suas palavras.
A frase dela silenciou George e fez meu coração apertar. No fundo, ela também tinha medo de não sobreviver à cirurgia.
— Para de falar besteira. — George deu um leve tapa na cabeça dela.
Benedita segurou no braço do irmão, e os dois se afastaram. Vi os dois caminharem até desaparecerem, e só e